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Nomeado por Dilma entregou cargo no governo Lula

Luiz Rondon foi nomeado pela presidente como vice-presidente Corporativo da Caixa Econômica Federal

Dilma Rousseff: indicação de Rondon para o cargo foi uma costura da presidente para conseguir o apoio do PTB à candidatura de reeleição (Getty Images/Carlos Alvarez)
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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 20h19.

Brasília - O primeiro-tesoureiro do PTB, Luiz Rondon, nomeado na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff como vice-presidente Corporativo da Caixa Econômica Federal, foi um dos primeiros a entregar o cargo no governo Lula por conta dos desdobramentos políticos do escândalo do mensalão.

A indicação de Rondon para o cargo foi uma costura da presidente para conseguir o apoio do PTB à candidatura de reeleição. O partido, que já foi presidido pelo delator do mensalão, o deputado cassado Roberto Jefferson, não ocupa ministérios na Esplanada, mas já tinha uma vaga na vice-presidência de Governo do Banco do Brasil - cargo ocupado atualmente por Valmir Campelo, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Rondon ocupava a diretoria de Gestão, Planejamento e Meio Ambiente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, em 2005, quando o então presidente do partido, Jefferson, caiu em desgraça pelas descobertas de irregularidades envolvendo as atividades do PTB dentro das estatais do governo.

Na ocasião, o Ministério Público investigou e apontou tráfico de influência na contratação da corretora de seguros Assurê para obter contratos dentro das estatais sob influência do PTB. Um desses contratos foi feito com a Eletronuclear para cobrir as usinas de Angra 1 e Angra 2, no valor de US$ 3,6 milhões, o que garantiu uma porcentagem de US$ 360 mil para a Assurê.

O genro de Jefferson, Marcus Vinicius Vasconcellos, era o principal assessor de Luiz Rondon na Eletronorte e tinha trabalhado justamente na Assurê. Mantinha também relações comerciais com Henrique Brandão, dono da corretora. As revelações tornaram insustentável a permanência de Rondon no cargo.

Pouco antes, reportagem da revista Veja mostrara o funcionário dos Correios Maurício Marinho descrevendo - sem saber que estava sendo gravado - todo o tráfico de influência e recebendo dinheiro vivo pela ajuda no esquema.

A revelação abriu a suspeita sobre a existência de contratos irregulares que Jefferson e o PTB faziam dentro do governo, incluindo empresas como Eletrobras e Eletronuclear. Pressionado politicamente pelas revelações de Marinho e se sentindo abandonado pelo governo, Jefferson denunciou a existência do esquema do mensalão.

Em sua defesa, Rondon afirmou em outras ocasiões que não foi demitido do cargo que ocupou na Eletronuclear, mas que pediu a exoneração, sob recomendação do partido, depois da deleção sobre o esquema do mensalão. Depois disso, Rondon não assumiu nenhum cargo público, trabalhando desde então para o partido.

Antes de dar expediente na Eletronuclear, ele tinha sido secretário-adjunto no Ministério da Previdência ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Rondon tem dito a conhecidos que foi indicado para assumir a vice-presidência da Caixa por ser um quadro antigo do partido, ser de confiança do presidente do partido, Benito Gama, que já ocupou o cargo de vice-presidente no Banco do Brasil, e por ter um currículo compatível com a função. No banco estatal, ele ganhará, por mês, cerca de R$ 40 mil.

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Brasília - O primeiro-tesoureiro do PTB, Luiz Rondon, nomeado na segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff como vice-presidente Corporativo da Caixa Econômica Federal, foi um dos primeiros a entregar o cargo no governo Lula por conta dos desdobramentos políticos do escândalo do mensalão.

A indicação de Rondon para o cargo foi uma costura da presidente para conseguir o apoio do PTB à candidatura de reeleição. O partido, que já foi presidido pelo delator do mensalão, o deputado cassado Roberto Jefferson, não ocupa ministérios na Esplanada, mas já tinha uma vaga na vice-presidência de Governo do Banco do Brasil - cargo ocupado atualmente por Valmir Campelo, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Rondon ocupava a diretoria de Gestão, Planejamento e Meio Ambiente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, em 2005, quando o então presidente do partido, Jefferson, caiu em desgraça pelas descobertas de irregularidades envolvendo as atividades do PTB dentro das estatais do governo.

Na ocasião, o Ministério Público investigou e apontou tráfico de influência na contratação da corretora de seguros Assurê para obter contratos dentro das estatais sob influência do PTB. Um desses contratos foi feito com a Eletronuclear para cobrir as usinas de Angra 1 e Angra 2, no valor de US$ 3,6 milhões, o que garantiu uma porcentagem de US$ 360 mil para a Assurê.

O genro de Jefferson, Marcus Vinicius Vasconcellos, era o principal assessor de Luiz Rondon na Eletronorte e tinha trabalhado justamente na Assurê. Mantinha também relações comerciais com Henrique Brandão, dono da corretora. As revelações tornaram insustentável a permanência de Rondon no cargo.

Pouco antes, reportagem da revista Veja mostrara o funcionário dos Correios Maurício Marinho descrevendo - sem saber que estava sendo gravado - todo o tráfico de influência e recebendo dinheiro vivo pela ajuda no esquema.

A revelação abriu a suspeita sobre a existência de contratos irregulares que Jefferson e o PTB faziam dentro do governo, incluindo empresas como Eletrobras e Eletronuclear. Pressionado politicamente pelas revelações de Marinho e se sentindo abandonado pelo governo, Jefferson denunciou a existência do esquema do mensalão.

Em sua defesa, Rondon afirmou em outras ocasiões que não foi demitido do cargo que ocupou na Eletronuclear, mas que pediu a exoneração, sob recomendação do partido, depois da deleção sobre o esquema do mensalão. Depois disso, Rondon não assumiu nenhum cargo público, trabalhando desde então para o partido.

Antes de dar expediente na Eletronuclear, ele tinha sido secretário-adjunto no Ministério da Previdência ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Rondon tem dito a conhecidos que foi indicado para assumir a vice-presidência da Caixa por ser um quadro antigo do partido, ser de confiança do presidente do partido, Benito Gama, que já ocupou o cargo de vice-presidente no Banco do Brasil, e por ter um currículo compatível com a função. No banco estatal, ele ganhará, por mês, cerca de R$ 40 mil.

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