Nomeação de Fachin para o STF foi a mais conturbada em anos
O jurista Luiz Edson Fachin teve sua indicação ao STF aprovada pelo Senado na noite desta terça-feira após uma disputa conturbada entre Planalto e Senado
(Nelson Jr./SCO/STF)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 06h57.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h42.
São Paulo - Luiz Edson Fachin chegará ao Supremo Tribunal Federal (STF) como o ministro que mais tempo passou respondendo a questionamentos de senadores entre os que atualmente fazem parte da Corte. Na sabatina realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado, na semana passada, Fachin passou cerca de 11 horas respondendo aos questionamentos de senadores sobre suas visões políticas. Apesar do clima tenso, a votação realizada no plenário do Senado na noite desta terça-feira confirmou a nomeação de Fachin com 52 votos a favor, 27 contra e 2 abstenções. Para ter a indicação aprovada, Fachin precisava de pelo menos 41 votos favoráveis dentre os 81 senadores. O clima de tensão no qual a indicação do novo ministro de STF foi envolvida é um reflexo do fogo cruzado que dita as relações entre Senado e Planalto desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e, mais acirradamente, desde que o nome de Renan Calheiros apareceu na lista dos investigados pelo STF na Operação Lava Jato. Embora publicamente o presidente do Senado tenha dito diversas vezes que tratou a questão com isenção, segundo o jornal Folha de S. Paulo, aliados de Calheiros afirmaram que o senador trabalhou contra a nomeação de Fachin como forma de mostrar ao Planalto sua força política. Antes do início da votação, Renan Calheiros voltou a dizer que estava agindo corretamente. "Eu marquei a data de hoje para não dizerem que nós estávamos administrando um quórum maior ou menor. eu conduzi essa questão da indicação da presidente Dilma Rousseff com a isenção e correção devida", disse o presidente da Casa. Veja nas fotos a seguir como foram as sabatinas e as votações dos outros 10 ministros que agora serão companheiros de Fachin no STF.