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No presídio, Natan Donadon desperta curiosidade dos internos

O deputado passa boa parte do tempo contando sua trajetória política aos "novos colegas"

Instalado numa cela individual considerada "confortável", Donadon não tem nenhum contato físico com os vizinhos de ala. Mas, da própria cela, consegue conversar com os outros detentos e falar sobre sua condenação e sobre a vida de parlamentar (David Ribeiro/Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 17h00.

Brasília - Prestes a perder o mandato parlamentar, o deputado federal Natan Donadon (sem partido/RO), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão por formação de quadrilha e peculato, faz 46 anos neste sábado, 27, e, no dia seguinte, completará um mês de encarceramento na Penitenciária do Distrito Federal I, no Complexo da Papuda.

No presídio, Donadon vem despertando a curiosidade dos internos, por ser o primeiro deputado desde a Constituição de 1988 a dividir uma ala com criminosos condenados pelos mais diversos crimes. E passa boa parte do tempo contando sua trajetória política aos "novos colegas". Entre os carcereiros, Donadon não é chamado de "excelência" e sim de "interno Natan". Para os detentos, o ex-peemedebista é simplesmente Natan.

Instalado numa cela individual considerada "confortável", Donadon não tem nenhum contato físico com os vizinhos de ala. Mas, da própria cela, consegue conversar com os outros detentos e falar sobre sua condenação e sobre a vida de parlamentar. Apesar da fase difícil de adaptação, o parlamentar considera bom seu convívio com os demais presos, não lamenta sua vida no presídio, não dá sinais de depressão e está bem fisicamente. Além disso, ele tem causado uma boa impressão entre os presos e os funcionários da Papuda por sua simpatia e educação.

Apesar do bom convívio na Papuda, sua família fez chegar aos ouvidos dos ex-colegas de Câmara dos Deputados que ele estava enfrentando a provocação dos detentos e que temia o momento em que fosse transferido para uma cela coletiva.

"A preocupação da família é normal", disse com exclusividade ao Broadcast Político, serviço de informação política em tempo real da Agência Estado, o sobrinho do deputado Marco Antonio Donadon. À direção do presídio, o parlamentar negou a informação e ouviu que não há perspectiva de transferência para uma cela coletiva por "questão de segurança".

O "interno Natan" está numa área para 20 presos, com uma biblioteca por bloco, celas em concreto com colchão, espaço para livros e sua Bíblia (ele é evangélico), além do solário, onde toma suas duas horas diárias de banho de sol. Ele também trocou o terno e gravata de parlamentar por roupas brancas simples, o "uniforme informal" da Papuda, providenciado por parentes. Sem regalias, ele não recusa as "quentinhas" fornecidas por uma empresa terceirizada. Na próxima quarta-feira, 31, dia de visita, Donadon não poderá comemorar seu aniversário com bolo porque o doce é vetado pela segurança do presídio.

Enquanto o deputado se adapta à nova vida, sua mulher, Rosângela, e seus dois filhos buscam uma nova residência em Brasília. A família já recebeu a ordem para desocupar, até o dia 11 de agosto, o apartamento funcional onde vivem na Asa Norte. A família decidiu ficar no Distrito Federal durante o tempo em que o deputado permanecer preso na Papuda. Donadon terá de cumprir pelo menos dois anos e dois meses em regime fechado para poder se beneficiar da progressão de pena.

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Brasília - Prestes a perder o mandato parlamentar, o deputado federal Natan Donadon (sem partido/RO), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão por formação de quadrilha e peculato, faz 46 anos neste sábado, 27, e, no dia seguinte, completará um mês de encarceramento na Penitenciária do Distrito Federal I, no Complexo da Papuda.

No presídio, Donadon vem despertando a curiosidade dos internos, por ser o primeiro deputado desde a Constituição de 1988 a dividir uma ala com criminosos condenados pelos mais diversos crimes. E passa boa parte do tempo contando sua trajetória política aos "novos colegas". Entre os carcereiros, Donadon não é chamado de "excelência" e sim de "interno Natan". Para os detentos, o ex-peemedebista é simplesmente Natan.

Instalado numa cela individual considerada "confortável", Donadon não tem nenhum contato físico com os vizinhos de ala. Mas, da própria cela, consegue conversar com os outros detentos e falar sobre sua condenação e sobre a vida de parlamentar. Apesar da fase difícil de adaptação, o parlamentar considera bom seu convívio com os demais presos, não lamenta sua vida no presídio, não dá sinais de depressão e está bem fisicamente. Além disso, ele tem causado uma boa impressão entre os presos e os funcionários da Papuda por sua simpatia e educação.

Apesar do bom convívio na Papuda, sua família fez chegar aos ouvidos dos ex-colegas de Câmara dos Deputados que ele estava enfrentando a provocação dos detentos e que temia o momento em que fosse transferido para uma cela coletiva.

"A preocupação da família é normal", disse com exclusividade ao Broadcast Político, serviço de informação política em tempo real da Agência Estado, o sobrinho do deputado Marco Antonio Donadon. À direção do presídio, o parlamentar negou a informação e ouviu que não há perspectiva de transferência para uma cela coletiva por "questão de segurança".

O "interno Natan" está numa área para 20 presos, com uma biblioteca por bloco, celas em concreto com colchão, espaço para livros e sua Bíblia (ele é evangélico), além do solário, onde toma suas duas horas diárias de banho de sol. Ele também trocou o terno e gravata de parlamentar por roupas brancas simples, o "uniforme informal" da Papuda, providenciado por parentes. Sem regalias, ele não recusa as "quentinhas" fornecidas por uma empresa terceirizada. Na próxima quarta-feira, 31, dia de visita, Donadon não poderá comemorar seu aniversário com bolo porque o doce é vetado pela segurança do presídio.

Enquanto o deputado se adapta à nova vida, sua mulher, Rosângela, e seus dois filhos buscam uma nova residência em Brasília. A família já recebeu a ordem para desocupar, até o dia 11 de agosto, o apartamento funcional onde vivem na Asa Norte. A família decidiu ficar no Distrito Federal durante o tempo em que o deputado permanecer preso na Papuda. Donadon terá de cumprir pelo menos dois anos e dois meses em regime fechado para poder se beneficiar da progressão de pena.

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