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No México, Dilma reforça interesse em relações comerciais

Presidente, em sua primeira visita ao México, afirmou que os dois países "não podem ficar de costas um para o outro"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2015 às 19h04.

São Paulo - Em sua primeira visita oficial ao México desde que chegou ao poder, em 2011, a presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta terça-feira, 26, durante cerimônia no Palácio Nacional, na Cidade do México, que sendo as duas maiores economias da América Latina os dois países "não podem ficar de costas um para o outro".

"Podemos avançar mais nas relações comerciais e investimentos recíprocos com o México", afirmou, ao lado do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Dilma lembrou-se do encontro que teve com Peña Nieto em março, no Panamá, e disse que os dois reafirmaram a disposição de estreitar as relações entre os dois países.

"Concordamos que deveríamos tomar as medidas necessárias em termos econômicos para transformar as relações de acordo com o potencial que os dois países têm", disse.

A presidente citou alguns números da relação comercial com o México e lembrou "negociações importantes" como o acordo automotivo concluído em março.

Segundo Dilma, no ano passado o comércio entre os dois países alcançou quase US$ 10 bilhões. "Um aumento de 100% ao que era em 2004".

"Somos hoje o oitavo parceiro comercial do México que, por sua vez, é o nosso 11º sócio comercial", completou.

Dilma disse ainda que, além das relações comerciais, os dois países podem avançar nos investimentos recíprocos e afirmou que os números "estão aquém do nosso potencial".

"Temos condições de dobrar esse intercâmbio em alguns anos. E, por acreditar nisso, negociamos importantes acordos comerciais", afirmou.

Segundo Dilma, os dois chefes de Estado decidiram dar início às negociações a partir de julho para regular o atual Acordo de Complementação Econômica (ACE), número 53, que regula o comércio entre os dois países desde 2002.

"O ACE 53 abrange hoje um pouco mais de 800 produtos, o que é aparentemente muito, mas para nós é pouco, tendo em vista os mais de 6 mil produtos que podemos levar para dentro da nossa economia", disse, reforçando que "no menor prazo possível" outros setores e produtos serão incluídos.

A presidente comentou ainda a assinatura do acordo de cooperação e facilitação de investimentos para reduzir riscos, elevar a previsibilidade e prevenir conflitos nos negócios entre o Brasil e o México.

"Demos esse passo porque acreditamos na parceria importante com o México", afirmou. Terceiro tratado do tipo firmado pelo governo brasileiro e o primeiro com um país da América Latina, o documento sinaliza uma mudança na política exterior do governo, na direção de maior abertura ao comércio, segundo o Itamaraty.

Dilma iniciou o discurso lamentando o tornado que atingiu na segunda-feira, 25, o município Ciudad Acuña, no Estado de Coahuila. O fenômeno deixou pelo menos 13 pessoas mortas e mais de 200 feridos.

"Desejo expressar minhas sinceras condolências às vitimas e ao povo mexicano", afirmou, lembrando que o Brasil também passou por um tornado na cidade de Xanxerê (SC), em abril deste ano, que causou a morte de 4 pessoas e deixou 90 feridos.

Já no fim de sua fala, a presidente saudou seu colega mexicano e lembrou a assinatura do acordo de reconhecimento mútuo das origens das bebidas nacionais dos dois países.

"Proponho que juntemos nossos esforços e nosso brinde com tequila e cachaça, que tendem a se tornar os símbolos da nossa relação", discursou.

A agenda oficial de dois dias pelo México ocorre uma semana após Dilma receber no Brasil o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, e anunciar uma série de acordos com o país asiático para tentar impulsionar investimentos em infraestrutura no Brasil, em um ano de dificuldades econômicas.

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