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Ninguém está acima da lei no Brasil, diz embaixador na Espanha

Questionado sobre a decisão do STF de investigar Michel Temer, Antônio Simões definiu o Brasil como um país onde "as instituições estão trabalhando"

Antônio Simões: "o Brasil será um país muito melhor e muito mas transparente", acrescentou (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Antônio Simões: "o Brasil será um país muito melhor e muito mas transparente", acrescentou (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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EFE

Publicado em 19 de maio de 2017 às 10h20.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 10h51.

Madri - O embaixador do Brasil na Espanha, Antônio Simões, assegurou nesta sexta-feira que "não há ninguém acima da lei em seu país, onde as instituições estão trabalhando".

Simões deu a declaração ao ser perguntado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar uma investigação do presidente, Michel Temer, por supostamente tentar comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso na Operação Lava-Jato.

"Os brasileiros decidiram que querem ter uma sociedade mais transparente, que querem eliminar várias práticas que existiam no passado, mas que não são mais aceitas", disse Simões ao discursar no "Fórum Espanha Internacional. Comércio, investimento e Diplomacia".

"Não é um processo fácil, leva tempo, é doloroso, mas, no final o Brasil será um país muito melhor e muito mas transparente", acrescentou o embaixador.

"É o normal de uma sociedade onde as instituições estão funcionando. Temos claramente uma Promotoria que investiga, os tribunais julgam, um Executivo que trabalha e faz reformas, um Legislativo que trabalha para mudar as leis", continuou o embaixador.

Sobre a queda do índice Ibovespa e da cotação das ações das empresas espanholas que trabalham no Brasil - por causa da crise política -, Simões pediu para se olhar como estão os fundamentos econômicos do Brasil, que é "o importante".

"A Bolsa sobe e cai, há dias melhores e piores, mas as empresas espanholas estão acrescentando valor ao país", argumentou.

Como exemplo, citou o Banco Santander, que teve seus maiores lucros de 2016 no Brasil, quando o país perdeu 3% do Produto Interno Bruto.

Simões assegurou que a realidade macroeconômica do Brasil melhorou de forma "significativa" nos últimos meses, após a "pior recessão" de sua história.

O embaixador mencionou o novo programa Crescer de concessões ao setor privado com "oportunidades" para as empresas espanholas em infraestruturas viárias, portos e aeroportos, e energia, que algumas já estão aproveitando, como Abertis e Iberdrola.

"O investimento espanhol no Brasil, o segundo maior estrangeiro, é muito positivo e de sucesso. Os espanhóis tiveram a inteligência de aprender a trabalhar no Brasil", destacou o embaixador.

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