Brasil

Nelson Barbosa: Vamos entrar em contato com BC para questões regulatórias

Estrela na transição de 2002 para o primeiro mandato de Lula na Presidência da República, o BC foi praticamente esquecido no processo deste ano

O ex-ministro do Planejamento e da Fazenda Nelson Barbosa durante seminário em 2019 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ex-ministro do Planejamento e da Fazenda Nelson Barbosa durante seminário em 2019 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de novembro de 2022 às 15h15.

Fora dos holofotes do governo de transição, o Banco Central será contactado pelo grupo de economia do governo de transição para tratar de questões regulatórias. A informação foi dada na tarde desta sexta-feira, 18, pelo ex-ministro Nelson Barbosa, um dos coordenadores do grupo, ao chegar ao CCBB para uma "reunião da transição". Os outros três coordenadores desse grupo são Persio Arida, André Lara Resende e Guilherme Mello.

Barbosa entrou rapidamente ao local e tentou se esquivar das perguntas da imprensa. Não respondeu, por exemplo, sobre o motivo do silêncio contínuo da equipe econômica da transição. Desde o ano passado, o BC conta com autonomia formal para executar a política monetária. Questionado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre que pontos o governo eleito poderia trabalhar com a autarquia, Barbosa respondeu: "Vamos entrar em contato com BC para questões regulatórias".

Fique por dentro de tudo sobre as Eleições 2022 e os resultados das pesquisas eleitorais. Clique aqui e receba gratuitamente a newsletter EXAME Desperta.

A única informação oficial do grupo até o momento foi uma nota divulgada na segunda-feira passada (14) solicitando acesso aos textos que embasam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

LEIA MAIS: Parlamentares já estudam propostas para desidratar PEC da Transição

Estrela na transição de 2002 para o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República, o BC foi praticamente esquecido no processo deste ano, após a autonomia. De acordo com fontes próximas ao comando petista, apesar de o partido ter votado contra a independência da autoridade monetária, não está nos planos do novo governo questionar essa legislação. A ordem é focar na reformulação do Bolsa Família e evitar mais pontos de conflito com o mercado.

LEIA MAIS: Mercado não é monstro ou entidade, é máquina que aloca recursos, diz Campos Neto

Roberto Campos Neto, que tem mandato à frente do BC até o fim de 2024, reiterou na semana passada sua disposição em continuar na cadeira até lá, até para mostrar que a autonomia realmente funciona.

O presidente do BC disse que trabalhará com o novo governo e que a instituição ajudará o máximo possível para a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. Com um perfil político aflorado, o presidente do BC transita bem entre petistas, mesmo que tenha avaliações muitas vezes divergentes das dos quadros dos economistas do partido.

LEIA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:Nelson BarbosaRoberto Campos Neto

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP