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Negros são 37% mais vulneráveis a pobreza e exclusão no Brasil

Nova metodologia da pesquisa de Vulnerabilidade Social do Ipea permite recortes de raça e sexo

 (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

(Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 2 de setembro de 2017 às 08h29.

São Paulo – A diferença da vulnerabilidade social entre negros e brancos tem diminuído nos 15 primeiros anos deste século, mas ainda continua alta, de acordo com o Ipea.

Pela primeira vez, uma mudança na metodologia do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) permite ver as diferenças entre negros e brancos, homens e mulheres, e moradores do campo e da cidade.

O IVS mede a "ausência ou insuficiência de recursos essenciais para o bem-estar e qualidade de vida da população, conformando situações de vulnerabilidade social".

Ou seja, quanto mais próximo de zero for o indicador, menor é o risco social, e, portanto, melhor o bem-estar; por outro lado, quanto mais próximo de um, maior o risco e pior a qualidade de vida.

As diferenças que mais saltam aos olhos, segundo os pesquisadores do Ipea, são as de raça. Em 2000, um negro no Brasil estava 49% mais vulnerável que um branco em critérios de infraestrutura, trabalho e capital humano.

Dez anos mais tarde, essa diferença ainda estava praticamente estável, em 48%. Só a partir de 2011 a situação começou a melhorar, até chegar, em 2015, ao ponto em que um negro é 37% mais vulnerável que um branco no Brasil.

Em 2011, o IVS geral dos brancos era de 0,214, enquanto o dos negros era de 0,310 (a diferença de 48% citada acima).

Em 2015, a vulnerabilidade dos brancos caiu para 0,206, enquanto a dos negros caiu para 0,283.

Cabe notar que, apesar da melhora, a vulnerabilidade dos negros sequer atingiu o nível da dos brancos em 2011.

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