Mário Negromonte: provavelmente os nomes que compunham "a facção dominante do partido" recebiam mais recursos do que os demais, disse delator (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 20h51.
Brasília - O ex-ministro Mário Negromonte e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) eram os responsáveis por fazer a distribuição interna no Partido Progressista (PP) dos valores oriundos de propina no esquema de corrupção que envolvia os contratos da Petrobras, segundo depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.
De acordo com o delator, quem recebia os valores inicialmente era o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010.
Depois, Negromonte assumiu a função e, por último, Ciro Nogueira - atual presidente do partido.
Os depoimentos do ex-diretor da Petrobras tiveram a quebra de sigilo determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda de acordo com Costa, a operacionalização dos repasses era feita, inicialmente, pelo doleiro Alberto Youssef.
Quando Ciro Nogueira assumiu a liderança do partido, contudo, os parlamentares do PP reclamaram de atrasos nos repasses dos valores feitos por Youssef e disseram que não havia mais confiança no doleiro. A função de Youssef, a partir daí, passou a ser feita por Henry Hoyer.
Quando o atual deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) assumiu uma cadeira no Ministério das Cidades, segundo Costa, os repasses ao PP se mantiveram "constantes".
Segundo o ex-diretor da Petrobras, provavelmente os nomes que compunham "a facção dominante do partido" recebiam mais recursos do que os demais parlamentares do PP envolvidos.