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'Não vamos nos intimidar', diz Serra na TV após tumulto

Programa eleitoral foi quase todo dedicado a repercutir caso

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h16.

São Paulo - Após a polêmica sobre a agressão sofrida no Rio de Janeiro na quarta-feira, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, usou nesta tarde seu programa eleitoral na TV para enviar um recado à adversária petista Dilma Rousseff: "Não vamos nos intimidar." Com depoimentos de testemunhas e imagens da caminhada no Rio, a campanha usou praticamente todo o espaço para explorar o incidente e criticar os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da campanha petista.

"Esse não foi mais um acidente de campanha, foi simbólico. Não é a primeira vez e não foi só nesta eleição", reforçou o tucano. A campanha trouxe os depoimentos do pastor evangélico Paulo César Gomes, do médico que atendeu Serra, Jacob Kligerman, e da entrevista do perito Ricardo Molina à TV Globo. "Serra foi atingido duas vezes por objetos diferentes", afirmou o perito.

A campanha listou os episódios em que petistas teriam agredido adversários, como o de 2000, em que o ex-governador Mário Covas foi agredido por manifestantes, e uma tentativa de impedir Serra de fazer campanha em 2004, quando disputava a Prefeitura de São Paulo, além de um discurso do ex-ministro José Dirceu em que diz que os tucanos "têm que apanhar na rua e nas urnas". "O Brasil precisa escolher um presidente que respeite a democracia", afirmou a apresentadora.

Serra também criticou os comentários do presidente Lula sobre o incidente e o acusou de misturar governo e campanha. "O presidente não pode atropelar a lei", disse. Ontem, Lula acusou Serra de ter praticado uma "farsa" e chegou a usar expressões como "mentira descarada" ao se referir ao caso. O presidente comparou ainda o candidato tucano ao ex-goleiro Roberto Rojas, que em 1989 fingiu ter sido atingido por um foguete no Maracanã, suspendendo a partida entre Brasil e Chile pelas eliminatórias.


Nesta sexta-feira, a campanha de Dilma voltou a mostrar a cena em que uma bolinha de papel atinge a cabeça do tucano, mas não menciona a segunda situação, em que o candidato é atingido supostamente por um rolo de fita adesiva.

A campanha petista apostou ainda na presença do presidente Lula para ligar os tucanos às privatizações. "É preciso a gente ficar de olho aberto porque se descuidar aquela turma de sempre vai querer privatizar o pré-sal. Eles só sabem governar assim: vendendo o patrimônio do povo", afirmou o presidente.

O programa lembrou que na próxima semana começa a exploração da camada pré-sal na Bacia de Campos e que os recursos serão investidos em ciência e tecnologia, cultura, meio ambiente, educação, saúde e combate à pobreza. "Aquele Brasil enfraquecido, dependente, endividado, sem planejamento e cheio de incertezas ficou para trás", afirmou a candidata, que chamou o pré-sal de "passaporte seguro para o futuro".

"Para que o Brasil se torne de verdade uma potência mundial, a gente precisa garantir duas coisas: primeiro que o pré-sal não seja privatizado e, segundo, garantir que os recursos gerados pelo pré-sal sejam bem distribuídos a todos os brasileiros. Essa é a minha grande preocupação e da Dilma também", afirmou Lula.

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