Não vai cair nada do decreto de armas, diz Onyx após conversa com Maia
O ministro da Casa Civil afirmou que o Congresso não irá alterar o decreto de porte de armas editado pelo presidente Jair Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2019 às 19h06.
Última atualização em 10 de maio de 2019 às 21h54.
Brasília - O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , disse nesta sexta-feira, 10, que o Congresso não irá alterar o decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro que ampliou e facilitou o porte de armas de fogo no País para uma série de categorias.
"No que depender da minha conversa com o presidente Rodrigo Maia, (presidente da Câmara) não vai cair nada. Porque o decreto foi solidamente construído e o que tem entre o decreto e algumas interpretações, que eu respeito, é mediado por ideologia", disse em entrevista.
Pareceres elaborados por técnicos da Câmara e do Senado nesta sexta afirmam que o decreto é ilegal porque vai de encontro a leis como o Estatuto do Desarmamento. Segundo essas análises, as mudanças só poderiam ocorrer se fossem feitas por nova legislação. Juristas, entidades do terceiro setor e partidos políticos de oposição já haviam feito esse alerta.
O ministro afirmou ainda não defender que as pessoas andem armadas na rua, mas ressaltou que este deve ser um direito que elas poderão exercer "desde que tenham um preparo especial e o Brasil continue exigindo isso". Onyx disse ainda defender fortemente o direito à posse de arma e citou como exemplo a necessidade em áreas rurais.
O ministro afirmou também que o país possui cerca de 1 milhão de armas regularizadas no país e cerca de 9 milhões de armas que estão em situação irregular na casa das pessoas. Ele disse também que os ex-presidentes recentes não cumpriram a vontade da população e desarmaram as pessoas com objetivo de enfraquecer a capacidade de defesa dos cidadãos.
Questionado sobre a possibilidade de pessoas que forem presas com armas ilegais terem suas penas diminuídas, Onyx afirmou que esta questão não preocupa o governo porque "as armas de traficantes e bandidos são raspadas" e, neste caso, seriam enquadrados em outra legislação que não é contemplada pelo decreto.
Banco Central
que já conversou como presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o encaminhamento para votação do projeto de autonomia do Banco Central . "Uma vez aprovada (a MP 870 no plenário), o presidente Rodrigo Maia , em três semanas, coloca para votar a independência do Banco Central", afirmou Onyx em entrevista concedida nesta sexta-feira à Rádio Gaúcha.
A MP dos ministérios, como ficou conhecida a MP 870, tira o status de ministério do Banco Central. Por isso, o governo defende a aprovação do projeto de autonomia do BC na sequência.
O ministro lembrou ainda que, mesmo assim, a atual estrutura ministerial deverá ficar com 22 ministérios, em razão do desmembramento do Ministério de Desenvolvimento Regional, já aprovado pela comissão especial que analisou a MP, e a volta do Ministério das Cidades.
Coaf
Sobre a votação da MP na comissão especial, que acabou aprovando a volta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia, Onyx não considera o resultado uma derrota. Segundo ele, ao enviar uma proposta de reforma administrativa ao Congresso, o Executivo sabe que a proposta pode entrar e sair modificada. "É o poder que toda democracia do mundo concede aos parlamentares", disse. Segundo ele, o governo é apenas proponente nesse processo, mas quem "bate o martelo é o poder Legislativo".
Com relação à volta do Coaf à Economia, Onyx ainda relatou que tem conversado com os ministros Paulo Guedes (Economia) e da Justiça, Sérgio Moro, e a ideia é preparar uma portaria interministerial que defina o compartilhamento de informações para que o órgão seja realocado. Mas ele lembrou, no entanto, que a matéria ainda será votada pelos dois plenários, da Câmara e Senado.
Decreto de armas