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"Não me arrependo", diz Lula sobre relação com Léo Pinheiro

O ex-presidente afirmou ser "amigo de todos", e não se arrepende de ter tido uma relação próxima com empresários

Lula: "Eu sou amigo de todos, do Léo Pinheiro, do Paulo Skaf (presidente da Fiesp), do presidente da CNI" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de julho de 2017 às 16h54.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 20, que não se arrepende de ter tido uma relação próxima com Léo Pinheiro ou com outros empresários.

"Eu sou amigo de todos, do Léo Pinheiro, do Paulo Skaf (presidente da Fiesp), do presidente da CNI, de muitos usineiros aqui em são Paulo. Trato todo mundo com muito respeito e a única coisa que quero é que me tratem da mesma forma", afirmou em entrevista ao programa "Na Sala do Zé", do jornalista José Trajano.

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"Não me arrependo de ter tido relação com nenhuma pessoa. Aprendi que um cara como eu só ia vencer governando esse país se eu me respeitasse".

Lula criticou o tratamento dispensado pela mídia e os investigadores da Operação Lava Jato à sua figura e ao partido.

O ex-presidente disse que era tratado como uma "atração" antes de criar o PT, cenário que mudou após sua entrada na política partidária.

"Depois que criei o PT, o metalúrgico puro deixou de ser puro, comecei a não ser tratado com o respeito que tinha".

Esse cenário de desconfiança teria continuado desde então, desembocando na Operação Lava Jato. O petista comparou a investigação à Invasão no Iraque pelos Estados Unidos em 2003, quando o então presidente George W. Bush alegou que o regime do ditador Saddam Hussein tinha armas químicas, o que foi desmentido posteriormente.

"A Lava Lato montou um esquema de comunicação que jamais um partido político teve. Tudo tem que sair primeiro no jornal porque eles têm que transformar em verdade pela imprensa, e a Justiça não pode ser assim".

Questionado sobre o porque não foi tentada uma aproximação entre ele e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o petista afirmou que os dois têm uma relação bastante cordial, mas que o tucano se ressente de episódios como a criação do termo "herança maldita" para se referir a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) , contraída em seu governo.

Além disso, FHC, "como grande intelectual, não soube digerir meu sucesso", ponderou.

Lula disse que um encontro entre as duas lideranças foi inclusive articulado.

"Agora mesmo, tinha gente tentando marcar conversa com o FHC e nós não temos nada um contra o outro. Escolhemos até a casa. Aí vai o intermediário conversar e no dia seguinte está na imprensa", reclamou.

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