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Não há um movimento sequer para interromper Lava Jato, diz Temer

Temer disse que segurança pública tem por objetivo combater criminalidade e citou o tráfico e a bandidagem em geral, além "evidentemente" da corrupção

Michel Temer: "Não volto neste assunto porque isso aí vem sendo tranquilamente levado a adiante. Não há um movimento sequer com vistas à interrupção (da operação)" (Marcos Corrêa/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15h32.

Brasília - O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira que não há qualquer articulação do governo para barrar o andamento de investigações da operação Lava Jato , num momento em que o governo cria o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, ao qual a Polícia Federal passará a estar subordinada.

"Não volto neste assunto porque isso aí vem sendo tranquilamente levado a adiante. Não há um movimento sequer com vistas à interrupção (da operação)", disse Temer, em rápida entrevista coletiva após a cerimônia de posse de Raul Jungmann no novo ministério.

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Temer disse que a segurança pública tem por objetivo combater a criminalidade e citou o tráfico de drogas e a bandidagem em geral, além "evidentemente" da corrupção. Essa é uma das atribuições do novo ministério, mencionou.

A nova pasta da Segurança Pública vai abranger a Polícia Federal, órgão que conduz uma investigação contra o próprio presidente no chamado inquérito dos portos.

Na véspera, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou um pedido formal ao ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para impedir que o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, se abstenha de fazer novas manifestações públicas a respeito do inquérito contra Temer, sob pena de cobrar o afastamento dele do cargo.

Em entrevista à Reuters há três semanas, Segovia disse não haver indício de crime na investigação contra o presidente, indicando tendência de que a corporação recomende o arquivamento. Ele também disse que o delegado do caso, Cleyber Malta Lopes, poderá ser investigado pelos questionamentos feitos a Temer, se a defesa do presidente apresentar uma queixa formal.

O caso gerou forte reação pública entre autoridades, em especial delegados da PF.

Segovia, que chegou a ir pessoalmente se explicar ao ministro Barroso e alegou ter sido mal interpretado na entrevista, esteve presente na cerimônia de posse do novo ministro da Segurança Pública. Abordado pela imprensa na saída do encontro, não quis se manifestar.

 

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