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Não falo do que acontece, diz Moro sobre Lula na Lava Jato

Empresários questionariam o juiz da Lava Jato se a prisão do ex-presidente era uma "questão de tempo"


	"Acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens", disse Sérgio Moro
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

"Acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens", disse Sérgio Moro (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 21h09.

São Paulo - Em debate na tarde desta quinta-feira, 24, em São Paulo, quatro empresários questionaram o juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, se a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010) era uma 'questão de tempo'.

Moro disse que 'não fala sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro'.

O evento reuniu cerca de 600 convidados no LIDE (Grupo de Líderes Empresariais).

Lula não é investigado na Operação Lava Jato, mas antigos aliados seus, quadros históricos do PT, como José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil) e João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do partido) foram presos por ordem de Moro.

"Dr. Sérgio, várias perguntas sobre um mesmo tema e um mesmo personagem: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil", disse o empresário João Dória Junior, presidente do LIDE e pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB.

"Diante do que os autos indicam pode-se afirmar que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma questão de tempo?", emendou Dória, lendo perguntas que lhes foram encaminhadas pelos empresários.

Moro assim respondeu. "Eu não falo sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro e acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens tanto dentro da investigação, quanto fora da investigação. É o tipo de pergunta que não tem nem como começar a responder."

A Lava Jato investiga um esquema de corrupção e propina que teria se instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.

A força-tarefa do Ministério Público Federal sustenta que o mesmo grupo que atuou na companhia petrolífera teria alcançado seus tentáculos por outras estatais, inclusive, ministérios.

Para os procuradores, a Lava Jato apura um esquema de compra de apoio político para o governo federal através de corrupção.

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato, afirmou na segunda-feira, 21, que 'não tem dúvida nenhuma' de que os maiores escândalos de corrupção da história recente do País - Mensalão, Petrolão e Eletronuclear - tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.

José Dirceu, que ocupou a Casa Civil do ex-presidente entre 2003 e 2005, é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado no início da semana a 15 anos de prisão. Ele foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ex-tesoureiro foi acusado de intermediar repasse de R$ 4,2 milhões para o partido.

Lula não é investigado, mas há duas semanas a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ouvir o ex-presidente no inquérito principal.

O Instituto Lula informou que não se manifestará.

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