Brasil

"Não é absurdo" quadrilha procurar Donato, defende Haddad

O prefeito de São Paulo voltou a defender o secretário de Governo citado em escutas telefônicas de um caso de escândalo de propina na Prefeitura


	Fernando Haddad (PT): o prefeito afirmou, no entanto, que o controlador Mário Spinelli tem "carta branca" para investigar qualquer servidor do Executivo
 (Marcelo Camargo/ABr)

Fernando Haddad (PT): o prefeito afirmou, no entanto, que o controlador Mário Spinelli tem "carta branca" para investigar qualquer servidor do Executivo (Marcelo Camargo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2013 às 12h38.

São Paulo - O prefeito Fernando Haddad (PT) voltou a defender o secretário de Governo, Antonio Donato (PT), afirmando que a quadrilha procurou o titular da pasta para tentar "se proteger" e que "não é absurdo que tenham feito isso".

Ele também afirmou que o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) está "estressado" porque a cidade nunca teve antes "um processo tão agudo de combate à corrupção".

A reportagem revelou nesta terça, 12, escutas em que o auditor Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como líder da quadrilha, afirma que vai chamar Donato e Douglas Amato, o atual chefe Subsecretário da Receita Municipal.

"O Donato conhecia o Ronilson (Rodrigues) e o (Eduardo) Barcelos da Câmara. Inclusive, os dois chegaram a apresentar estudos durante a campanha eleitoral sobre IPVA, sobre ISS. Tentaram uma aproximação, no sentido de mostrar que eram servidores públicos apartidários", disse Haddad.

"Então, eram pessoas que tentavam se aproximar de quem tinha expectativa de poder. Como aliás toda a pessoa desse tipo faz. Tenta se aproximar de quem tem influência para se proteger. Não é absurdo que eles tenham feito isso", completou.

Ele também afirmou que não foi encontrado nenhum indício que incrimine Amato. "Até o momento essa investigação não o compromete", disse Haddad. Ele afirmou que Amato já foi investigado.

"Porque ele era da equipe do Mauro Ricardo, então estava no núcleo duro da Decretaria de Finanças. Como três ou quatro integrantes da equipe do Mauro Ricardo estavam envolvidos, foi feita essa apuração preliminar", disse.


O prefeito afirmou, no entanto, que o controlador Mário Spinelli tem "carta branca" para investigar qualquer servidor do Executivo. "Se ele amanhã entender que precisa abrir uma frente de investigação, pode ser sobre alguém da administração anterior, alguém dessa, de dez anos atrás, não importa", afirmou.

Questionado sobre as críticas feitas pelo ex-prefeito Kassab à sua gestão, Haddad afirmou que o antecessor ficou estressado. "Acho que ele ficou estressado, depois foi a público de novo moderar. É natural o estresse, até porque São Paulo nunca passou um processo tão agudo de combate a corrupção", disse o prefeito. Kassab se irritou depois que Haddad afirmou à Folha de S.Paulo que a gestão anterior era um "descalabro".

Os dados cadastrais do IPTU devem passar por um pente-fino, disse o prefeito. A reportagem revelou hoje que a quadrilha conseguia apagar dívidas e ocultar grandes reformas em imóveis. "No caso do IPTU nós estamos iniciando as investigações com base nas escutas que foram feitas. São casos isolados, mas representativos, em grandes equipamentos", disse.

"Ninguém vai fazer uma falcatrua num imóvel isento. Vai fazer num grande equipamento, onde está eventual fonte de propina. O IPTU deixa rastro, porque os sistemas são informatizados".

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasFernando HaddadMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitossao-paulo

Mais de Brasil

Justiça condena envolvidos em esquema de troca de malas de brasileiras no Aeroporto de Guarulhos

STF conclui julgamento e mantém derrubada de emendas parlamentares impositivas

PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por bloqueios em estradas no 2º turno de 2022

Ideb 2023: rede privada do Rio está entre as piores do país no ensino médio; veja lista dos estados

Mais na Exame