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Não assinatura de Bolsonaro é um segundo Prêmio Camões, diz Chico Buarque

Cantor venceu principal prêmio literário da língua portuguesa; Bolsonaro não assinou o diploma e ironizou que tem até 2026 para fazê-lo

Chico Buarque e Jair Bolsonaro: o multi artista brasileiro é crítico do governo atual (Getty Images/Planalto/Exame)

Chico Buarque e Jair Bolsonaro: o multi artista brasileiro é crítico do governo atual (Getty Images/Planalto/Exame)

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Clara Cerioni

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 14h06.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 15h29.

São Paulo — O cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque rebateu nesta quarta-feira (09) a negativa do presidente Jair Bolsonaro em assinar diploma que será concedido pelo Prêmio Camões.

Em sua conta no Instagram, o artista disse que a rejeição "é um segundo prêmio Camões".

Nesta terça-feira (08), Bolsonaro afirmou, na entrada do Palácio da Alvorada, que tem até 2026 para assinar o diploma. A cerimônia de entrega, no entanto, está prevista para abril de 2020.

“É segredo. Chico Buarque?”, disse. “Eu tenho prazo? Até 31 de dezembro de 2026, eu assino”, respondeu, fazendo alusão à reeleição. Seu mandato termina em dezembro de 2022.

O principal troféu literário da língua portuguesa contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa.

O valor total do prêmio é de € 100 mil, dividido entre Brasil e Portugal. A parcela da condecoração que cabia ao governo brasileiro já foi depositada em junho. O diploma, contudo, ainda não foi assinado por Bolsonaro.

O cantor, compositor e escritor é critico de Bolsonaro, desde o início. Na eleição passada, Chico apoiou a candidatura do petista Fernando Haddad, além de ser íntimo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde a prisão do petista, em abril do ano passado, o músico faz visitas regulares em Curitiba. Ele também acompanhou todo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

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