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Na Colômbia, Dilma Rousseff diz que bolsonarismo devorou centro e direita

"A extrema direita de Jair Bolsonaro é um lobo solitário que devorou o centro e a própria direita", disse a ex-presidente

Ex-presidente Dilma Rousseff (Mario De Fina/NurPhoto/Getty Images)
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EFE

Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 12h45.

Cartagena (Colômbia) - A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou na sexta-feira, 31, durante evento realizado na Colômbia, que o Brasil não tem mais grupos relevantes de centro e de direita, todos devorados pelo bolsonarismo.

"O Brasil hoje não tem direita nem centro porque a extrema direita de Jair Bolsonaro é um lobo solitário que devorou o centro e a própria direita", disse a ex-presidente.

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Dilma foi uma das convidadas do Hay Festival, em Cartagena de Índias, e falou que o processo de impeachment movido contra ela foi "duro e irracional", arrancando aplausos entre os participantes do evento.

"Foram tirar uma presidenta inocente com 55 milhões de votos e isso foi feito com a cooperação de pessoas que um dia foram democratas", afirmou a petista, em alusão a alguns ex-aliados, como o próprio ex-presidente Michel Temer.

"O que estava de verdade em jogo no processo era a economia e a geopolítica do Brasil. Nós sempre afirmamos que a América Latina não era quintal de ninguém", disse a ex-presidente.

Dilma também falou sobre o fenômeno de desinformação que se espalhou pelo Brasil por aplicativos como o WhatsApp e sobre a desigualdade.

"Nunca no mundo houve semelhante quantidade de riqueza acumulada e semelhante quantidade de pobreza. Não se pode a chegar a políticas de esquerda sendo refém do neoliberalismo", afirmou a petista para explicar as razões dos protestos na América Latina.

"O grande erro da esquerda foi acreditar que há um consenso neoliberal. Se essa ideia não for derrotada, não haverá alternativas para a região", concluiu Dilma.

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