Multidão de evangélicos toma ruas de São Paulo na Marcha para Jesus
Na manhã de hoje, os fiéis deixaram o centro da cidade e se dirigiram a uma grande praça localizada cinco quilômetros ao norte
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2024 às 19h51.
Uma maré azul de centenas de milhares de fiéis evangélicos tomou nesta quinta-feira (30) as ruas de São Paulo na Marcha para Jesus, um evento com forte dimensão política, além do seu aspecto religioso.
Com os braços para o alto e olhos fechados, os participantes dançaram, cantaram e rezaram, vestindo camisetas azuis com o logotipo da 32ª edição da Marcha.
Uma grande bandeira de Israel foi levada pela multidão, um símbolo do forte apoio do movimento evangélico e ultraconservador do Brasil àquele país, em meio ao conflito com o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.
A Marcha também aconteceu em meio ao aumento da tensão entre Israel e o governo do presidente Lula, que retirou ontem seu embaixador em Tel Aviv, que não será substituído.
O evento ganhou tons políticos nos últimos anos, com o crescimento da comunidade cristã evangélica brasileira, que se tornou cada vez mais influente, principalmente durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).
Na manhã de hoje, os fiéis deixaram o centro da cidade e se dirigiram a uma grande praça localizada cinco quilômetros ao norte, onde astros brasileiros do gospel fizeram um show durante toda a tarde.
"Isso é uma experiência! Quando a gente vem uma vez, não deixa mais de vir", disse a pastora Gislene Alves, 60. A empresária Raimunda Gonçalves da Silva, 29, compareceu para rezar "pelas pessoas necessitadas, pelo Rio Grande do Sul e por Israel também".
Lula não participou da Marcha, mas enviou um representante do governo, e a presidência divulgou uma mensagem em seu nome: "Como cristão, sinto-me regozijado de ver a dimensão extraordinária que esse evento tomou e o papel significativo que ele desempenha na vida de muitos brasileiros."
O prefeito de direita de São Paulo, Ricardo Nunes, que buscará um novo mandato nas eleições de outubro, dirigiu-se aos fiéis: “Que essa marcha possa sair daqui para entrar em muitas casas. Estou muito feliz por estar aqui, eu amo Jesus Cristo, amo vocês", disse o aliado de Bolsonaro.
Os brasileiros evangélicos representam cerca de um terço dos 203 milhões de habitantes do país, mas alguns líderes religiosos afirmam que eles serão a maioria dentro de dez anos.