Após perder foro, MPF pede que inquérito sobre Alckmin vá para SP
O candidato à Presidência foi citado por delatores da Odebrecht como beneficiário de recursos não contabilizados para campanha eleitoral
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de abril de 2018 às 09h22.
Última atualização em 11 de abril de 2018 às 09h23.
São Paulo - O Ministério Público Federal pediu ao vice-procurador da República, Luciano Mariz Maia, que remeta "o mais rápido possível" para a primeira instância o inquérito sobre ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), citado por delatores da Odebrecht como beneficiário de recursos não contabilizados para campanha eleitoral.
O cunhado do tucano, Adhemar Cesar Ribeiro, também é alvo da investigação. O documento é subscrito por nove procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava Jato.
As investigações sobre o tucano eram de competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) até o último dia em que ele permaneceu no Palácio dos Bandeirantes. Como Alckmin renunciou ao cargo na sexta-feira passada, dia 6, para concorrer à Presidência, perdeu o foro privilegiado.
Dessa forma, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo requereu a Maia, que representa o MPF na Corte Especial do STJ, que remeta a ela o inquérito que tramita na Corte.
A investigação da qual Alckmin é alvo foi aberta a partir da petição encaminhada no ano passado pelo ministro Edson Fachin à Corte Especial do STJ.
Em depoimentos, os colaboradores Benedicto Barbosa Junior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido citaram repasse de recursos a Alckmin a título de "contribuição eleitoral". As doações não contabilizadas teriam contado com a participação do cunhado do pré-candidato a presidente.
No pedido, a força-tarefa pede que as investigações a respeito sejam encaminhadas para São Paulo "com urgência, tendo em vista o andamento avançado de outras apurações correlatas sob nossa responsabilidade".
A reportagem tentou contato com a defesa dos citados, mas não obteve resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.