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MP visita cadeia para apurar possíveis privilégios a Cabral

Entre os supostos benefícios concedidos ao ex-governador e outros presos da Lava Jato estaria a instalação na cadeia de um sistema de home theater

Sérgio Cabral: caso sejam comprovadas as irregularidades, Cabral poderia ser transferido para outro presídio, como Bangu (VEJA.com/VEJA)

Sérgio Cabral: caso sejam comprovadas as irregularidades, Cabral poderia ser transferido para outro presídio, como Bangu (VEJA.com/VEJA)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 18h57.

O promotor do Ministério Público (MP) estadual do Rio de Janeiro Claudio Calo visitou hoje a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, para verificar possíveis privilégios concedidos ao ex-governador Sérgio Cabral, que está preso na unidade.

Entre os supostos benefícios concedidos ao ex-governador e outros presos da Operação Lava Jato estaria a instalação na cadeia de um sistema de home theater, composto de televisão de tela plana com 60 polegadas, DVD e caixas de som. Ao visitar o local, o promotor conversou com Cabral e outras pessoas sobre o episódio.

Calo avaliou que, caso sejam comprovadas as irregularidades, Cabral poderia ser transferido para outro presídio, como Bangu.

"Se ficar comprovada o envolvimento dele [Cabral] nesses fatos, acho demasiado mandar para um presídio de segurança máxima, talvez um presídio em Bangu atinja [o objetivo], para evitar que ele tenha contato com o complexo de Benfica. Isto é considerado prática de crime dentro de unidade prisional e infração disciplinar. Cabe à Seap [Secretaria de Estado de Administração Penitenciária] e à Vara de Execuções Penais adotar as medidas cabíveis. Podem alguns benefícios serem cancelados ou ele ser transferido para um presídio mais rigoroso, como o Complexo de Gericinó", disse o promotor.

O episódio do home theater veio a público em outubro e levou o MP a instaurar inquérito para apurar os fatos. O equipamento seria uma doação da Igreja Batista do Méier, segundo divulgou inicialmete a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). No entanto, a instituição esclareceu que não autorizou doação de aparelho eletrônico a qualquer complexo penitenciário.

Calo ressaltou, ao deixar a cadeia, que a versão inicial de que o equipamento teria sido doado por uma igreja já restou comprovada como falsa e que será investigado quem deixou entrar o home theater no presídio, podendo ser responsabilizados na esfera criminal, por falsidade ideológica, e na administrativa, por improbidade.

A defesa do ex-governador Cabral foi procurada para se manifestar sobre a possível transferência dele para outro persídio, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado.

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