Brasil

MP quer monitoramento contínuo da água do volume morto

Ministério Público vai exigir que a qualidade da água seja monitorada de forma contínua

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2014 às 20h09.

Sorocaba - O Ministério Público Estadual vai exigir que a qualidade da água retirada abaixo da cota operacional das represas do Sistema Cantareira, o chamado volume morto, seja monitorada de forma contínua.

A exigência será apresentada durante reunião, na sexta-feira (16), dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) de Piracicaba, com representantes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da Vigilância Sanitária Estadual. O início da retirada está previsto para esta quinta-feira, 15.

De acordo com o promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do Gaema, o monitoramento deve ser estendido à vazão liberada para os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que abastecem as regiões de Campinas e Piracicaba.

Se as exigências não forem atendidas, o MPE pode propor medidas judiciais contra a retirada do volume morto.

Em ofício enviado à promotoria, a Cetesb garantiu que as interferências na qualidade da água serão transitórias, restritas ao período das obras e início da operação.

Segundo a Cetesb, a água será bombeada da represa Jacareí até atingir a cota 815. Em seguida, as bombas serão transferidas para a represa do Atibainha.

A agência ambiental reconheceu que o risco se agrava à medida que o nível da água for baixando.

"A utilização do volume abaixo da cota operacional do reservatório Jacareí poderá ocasionar estresse às comunidades aquáticas, com o redução do volume até 134,39 milhões de metros cúbicos no sistema Jacareí-Jaguari", informou a Cetesb.

"Se a estiagem se prolongar, a qualidade da água vai piorar e podemos ter problemas tanto para a vida aquática, quanto para a saúde pública, por isso queremos sistemas de monitoramento dos dois lados, tanto da Região Metropolitana de São Paulo, quando no PCJ", disse Castanheiro.

Menos água

O promotor do Gaema considerou que a medida estudada pelo Departamento de Água e Esgoto (DAEE) e pela Agência Nacional de Águas (ANA) para limitar a retirada de água do Sistema Cantareira ao volume afluente - a água das chuvas - é boa para evitar o esgotamento do reservatório.

Ele considera impossível, no entanto, reduzir a vazão de três metros cúbicos por segundo liberada atualmente para as bacias do PCJ.

Rios que dependem dessa vazão, como o Jaguari e o Piracicaba, responsáveis pelo abastecimento de várias cidades, já estão quase secos.

"Se reduzir mais, há grande risco de outra tragédia ambiental, como a ocorrida com a mortandade de peixes no Rio Piracicaba", disse.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaChuvasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasMinistério PúblicoSabespSaneamentoSecasServiços

Mais de Brasil

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”

Governo Lula é bom ou ótimo para 35,5% e ruim ou péssimo para 30,8%, diz pesquisa CNT/MDA