Mulher com máscara: órgãos reforçam a defesa do chamado isolamento horizontal, praticado por prefeitos e governadores (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2020 às 17h28.
O isolamento vertical defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que já é mal visto por especialistas, ganhou mais críticos neste domingo. Em nota conjunta, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio, além dos braços fluminenses do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, reforçam a defesa do chamado isolamento horizontal, modelo que tem sido adotado por governadores e prefeitos.
No caso da medida que o presidente defende, idosos e outros integrantes do grupo de risco do novo coronavírus ficariam em isolamento, mas as demais pessoas poderiam viver normalmente. Já no caso do isolamento horizontal - defendido por especialistas, pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde -, todos devem aderir às restrições, já que, uma vez infectados, poderiam contaminar quem é do grupo de risco.
A nota divulgada pelos órgãos endossa a recomendação e também manifesta preocupação com os danos causados pela crise na economia. Pedem, por isso, a adoção de medidas econômicas e de proteção social.
O Rio renovou, na última sexta-feira, 27, o decreto do governador Wilson Witzel que restringe uma série de aspectos da vida cotidiana, como o acesso às praias e o funcionamento das escolas.
Witzel tem protagonizado embates com Bolsonaro no âmbito da crise, posicionando-se contra a atitude do presidente de negar a importância do isolamento horizontal. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na semana passada, disse que o presidente cometeu improbidade administrativa no seu último pronunciamento à população, quando defendeu a reabertura de escolas e do comércio.