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Mourão diz que não está envolvido em fim de indenização a ex-militares

Governo deve acionar AGU para tentar cancelar pagamento de R$ 7,4 bilhões em valores retroativos para ex-militares da FAB

Hamilton Mourão: Vice-presidente disse que soube da história através de reportagem (Tânia Rego/Agência Brasil)

Hamilton Mourão: Vice-presidente disse que soube da história através de reportagem (Tânia Rego/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 15h11.

Brasília - O vice-presidente Hamilton Mourão disse que não está participando das tratativas no governo pelo fim do pagamento de indenizações concedidas pela Comissão de Anistia para militares da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele afirmou que soube da articulação através de reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 6. "Vi hoje no jornal", comentou.

Como mostrado na reportagem, o governo vai acionar Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar cancelar o pagamento de R$ 7,4 bilhões em valores retroativos para ex-militares da FAB. A decisão de acionar a AGU foi tomada em conjunto por Palácio do Planalto e comando da Aeronáutica.

Até o ano passado, a conta total envolvendo anistiados políticos chegava a R$ 17,4 bilhões. Desse valor, R$ 9,9 bilhões já foram pagos - R$ 3,5 bilhões para ex-militares da Aeronáutica, do Exército e da Marinha e R$ 6,4 bilhões para civis. Os contemplados alegam perseguição política entre 1946 e 1988.

Não existe na legislação prazo final para que cidadãos requeiram a reparação.

Atualmente, 12.669 pessoas, entre civis e militares, aguardam uma decisão. Na fila, estão os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. A ex-presidente pede R$ 10,7 mil por mês, mas já há parecer contrário. O valor, quando concedido, é vitalício.

A Comissão de Anistia é formada por, no mínimo, 20 pessoas indicadas pelo governo. Até Michel Temer, a prerrogativa era do Ministério da Justiça.

Na gestão Bolsonaro, passou para a pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandada por Damares Alves. A orientação dela é "fechar a torneira" das indenizações.

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