Mortalidade de brasileiros foi 64% maior do que o esperado até abril
Dados do Conass mostram que em três meses e meio, 211.847 pessoas morreram de causa naturais — mau funcionamento do organismo ou doenças, incluindo a covid-19
Reuters
Publicado em 31 de maio de 2021 às 16h35.
Última atualização em 31 de maio de 2021 às 16h52.
Dados levantados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostram que, entre 1º de janeiro e 17 de abril, morreram 64% mais brasileiros do que o esperadopara o período, a maioria entre homens até 59 anos.
O levantamento do painel, com base nos dados no Portal da Transparência do Registro Civil, mostram que em três meses e meio de 2021, 211.847 pessoas morreram de causa naturais — mau funcionamento do organismo ou doenças, incluindo a covid-19 — além da projeção da série histórica de mortalidade para esse período.
De acordo com o Conass, o número de mortes já era bem superior à projeção em janeiro deste ano, quando foi 36% maior que o previsto. A tendência se manteve nos meses seguintes e acelerou entre a metade de fevereiro e o início de abril, quando passou de 40% além do esperado para 117%.
"Na última semana epidemiológica analisada, de 11 a 17 de abril, o excesso de mortalidade proporcional alcançou 79%. Em números absolutos, ocorreram 17.837 óbitos a mais do que o esperado no período", diz o levantamento. Em 2020, o excesso de mortalidade durante todo o primeiro ano da pandemia no país, foi de 22%, ou 275.587 pessoas.
O Painel aponta que as mortes não esperadas podem ser reflexo não apenas da covid-19, mas de atraso no diagnóstico e tratamento de outras doenças, tanto pelo colapso do sistema de saúde quando pelas pessoas evitarem buscar atendimento em meio à pandemia.
O excesso de mortes foi de 68% entre homens e 61% entre as mulheres e se concentra entre pessoas com até 59 anos. Nessa faixa, o índice de mortes não esperadas foi de 86% entre homens e 81% entre as mulheres.
Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME