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Moro é "símbolo do Batman contra o Coringa", diz general Heleno

"O cara quando ouve falar em Moro quer morrer, né?", afirmou o ministro do GSI e um dos mais próximos do presidente

Ao relembrar do período em que morava no Rio de Janeiro, o general disse que mandava seu motorista se defender caso acontecesse alguma coisa: "Não chego na delegacia fardado de general e digo 'fui roubado'" (Arquivo/Agência Brasil)

Ao relembrar do período em que morava no Rio de Janeiro, o general disse que mandava seu motorista se defender caso acontecesse alguma coisa: "Não chego na delegacia fardado de general e digo 'fui roubado'" (Arquivo/Agência Brasil)

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Eduardo F. Filho

Publicado em 8 de julho de 2019 às 16h31.

Última atualização em 8 de julho de 2019 às 17h20.

São Paulo - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, defendeu nesta segunda-feira (08), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e disse que o vazamento de conversas ilegais se deu porque o ex-juiz é o "símbolo do Batman contra o Coringa".

"Um homem desses ser colocado na parede por gente que tem pavor dele? O cara quando ouve falar em Moro quer morrer, né?", disse Heleno, sem citar nomes. "Aquilo ali é o símbolo do Batman contra o Coringa. E os caras querem ver o Batman na parede. E começam a inventar que a conversa dele com o procurador é ilegal. Um juiz não pode conversar com um procurador, mas muitos podem conversar com o advogado de defesa, receber em casa para jantar".

Heleno, que falou a empresários em palestra em Belo Horizonte, se referia aos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil, que passou a publicar supostas trocas de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba. Essas mensagens sugerem a intervenção do então juiz federal na condução da operação, inclusive com a indicação de possíveis testemunhas.

Ao falar sobre a importância do projeto anticrime proposto por Moro e a criminalidade no País, Heleno citou período em que morava no Rio de Janeiro e fazia percurso diário entre São Cristóvão e Realengo. "Avisei ao meu motorista, se acontecer alguma coisa, se defenda, porque eu vou me defender. Não chego na delegacia fardado de general e digo 'fui roubado'", contou.

O general negou ser o principal conselheiro do presidente Jair Bolsonaro, e disse que a imprensa exagera neste sentido. "Tenho a vantagem de ser o mais velho. O Brasil é muito grande. Há vários conselheiros".

Ao longo da palestra, no entanto, o general relatou vários momentos em que fica clara a relação entre os dois. Foi convidado por Bolsonaro para almoçar, quando o então deputado federal decidiu disputar o Palácio do Planalto, além de ter sido consultado sobre o convite que o então presidente eleito fez a Moro para o cargo.

Nos últimos dias, no episódio mais recente, Bolsonaro conversou com o general sobre a ida neste domingo (07), ao Maracanã, para a final da Copa América. "Se perder, você vai virar o Mick Jagger da política", disse Heleno, em alerta que afirma ter dado ao presidente. Jagger ganhou o apelido de pé frio depois de comparecer em estádios e ver perder equipes para as quais torce ou que são dos locais onde o jogo está sendo realizado.

O ministro ainda classificou a reforma da Previdência como fundamental para o Brasil. "Já ouvi de parlamentares essa barbaridade: 'se votar a Previdência com essa economia que o Paulo Guedes (ministro da Economia) tá pedindo, Bolsonaro está reeleito'. O general teria retrucado: "Você está pensando em reeleição do Bolsonaro em vez de pensar no seu País? Pensa nisso depois. Depois derruba o Bolsonaro. Primeiro, aprova a previdência".

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