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Moro diz que não havia motivo para adiar prisão de Lula

Em entrevista para TV chinesa, a primeira desde mandado de prisão, juiz afirmou que estava apenas cumprindo ordens

Sérgio Moro (Rafael Marchante/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 7 de abril de 2018 às 08h20.

Última atualização em 7 de abril de 2018 às 08h40.

São Paulo - Em entrevista para TV chinesa, o juiz Sérgio Moro , da 13ª Vara Federal de Curitiba, afirmou que não havia razões para adiar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . No dia anterior, o magistrado emitiu uma ordem para cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês de detenção a que o petista foi condenado no caso do triplex do Guarujá.

A entrevista para o CGTN America, canal de língua inglesa da China Global Television Network,  foi concedida nesta sexta-feira (6) na sala do magistrado na 13ª Vara Federal de Curitiba.

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Questionado sobre o caso, ele afirmou que não se sentia confortável para comentar o assunto, mas que tinha recebido uma ordem da corte de apelação, o Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), para determinar a prisão. "Eu apenas cumpri com a ordem", disse Moro.

"Ele [Lula] foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção. É preciso executar a sentença. Simples assim. Não vejo qualquer razão específica para adiar isso ainda mais”, afirmou.

Na última quinta-feira, menos de 18 horas depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou habeas corpus a Lula, Moro emitiu um mandado de prisão para o petista. O despacho afirmava que o  ex-presidente tem até às 17h desta sexta (6) para se apresentar na Polícia Federal de Curitiba para o cumprimento do mandado de prisão.

O prazo estipulado, contudo, foi ignorado por Lula. A assessoria de imprensa do juiz afirmou que a atitude não significa um descumprimento de ordem judicial já que o período concedido por Moro era um “prazo de oportunidade” em virtude do cargo ocupado pelo petista.

Ao longo de toda a sexta-feira, a Polícia Federal negociou com os advogados do petista os termos da rendição. A expectativa é de que ele se apresente neste sábado (7) após uma missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017 e que era investigada no mesmo caso que pode tornar Lula o primeiro ex-presidente a ficar atrás das grades.

 

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