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Moro bloqueia R$50 mi de braço direito de Richa e outros alvos da PF

Juiz decretou o confisco de R$ 10 milhões de cada um de cinco alvos da Operação Piloto, fase 53 da Lava Jato, deflagrada nesta terça, 11

Sérgio Moro bloqueou R$50 milhões do ex-chefe de gabinete do Governo do Paraná, braço direito de Beto Richa (Ricardo Almeida/ANPr/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 10h53.

Última atualização em 12 de setembro de 2018 às 10h54.

São Paulo - O juiz Sérgio Moro bloqueou R$ 50 milhões do ex-chefe de gabinete do Governo do Paraná Deonilson Roldo, braço direito do ex-governador Beto Richa (PSDB). A medida atinge também o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como elo de propinas da Odebrecht para o tucano, a mulher dele e empresas. O juiz decretou o confisco de R$ 10 milhões de cada um de cinco alvos da Operação Piloto, fase 53 da Lava Jato, deflagrada nesta terça, 11. O bloqueio atende a pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal por sequestro de ativos dos investigados.

O ex-governador também é alvo da Piloto. Agentes da Polícia Federal, munidos de ordem de Moro, vasculharam endereços do tucano, inclusive sua residência em Curitiba e também salas que ele ocupou no Palácio Iguaçu e seu comitê de campanha ao Senado.

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Beto Richa foi preso, mas como alvo de uma outra operação, também desencadeada nesta terça, 11, pelo Ministério Público do Estado do Paraná - a Operação Rádiopatrulha investiga supostos desvios de recursos públicos do Programa Patrulha do Campo - manutenção de estradas rurais. Roldo foi preso como alvo das duas missões, Rádiopatrulha e Piloto da Lava Jato.

Na Operação Piloto - referência a Richa na planilha de propinas da empreiteira Odebrecht -, Moro fixou o limite de R$ 50 milhões para bloqueio de valores de cinco investigados, entre eles o braço-direito do tucano, "considerando não só o montante da suposta vantagem indevida, mas igualmente o volume de operações suspeitas de lavagem e que são substancialmente maiores".

Moro assinalou que o artigo 125 do Código de Processo Penal e o artigo 4º da Lei n.º 9.613/1998 (Lei da Lavagem de Dinheiro) autorizam o sequestro do produto do crime.

"Viável o decreto do bloqueio dos ativos financeiros dos investigados em relação aos quais há prova de recebimento de propina", destacou o juiz. "Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita", ressaltou Moro.

"O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Considerando os valores da propina acertada, cinquenta milhões de reais, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até esse montante", decidiu o juiz.

Defesas

A defesa do ex-governador Beto Richa afirmou nesta terça-feira, 11, que não sabia a razão das ordens judiciais proferidas. "A defesa ainda não teve acesso à investigação." A reportagem não localizou os defensores de José Richa Filho, Luis Abi Antoun e dos ex-secretários Edson Casagrande e Ezequias Moreira, também envolvidos na investigação.

O advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Deonilson Roldo, afirmou que está analisando os autos e vai se pronunciar. A defesa do empresário Jorge Theodoro Atherino não foi localizada. O governo do Estado informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "está colaborando com todas as investigações em curso".

A governadora Cida Borghetti ressaltou que não aceita nenhum tipo de desvio de conduta dos seus funcionários.

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