Brasília (DF), 24/08/2023, O tenente-coronel, Mauro Cid, depoe na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 17h36.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 17h48.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu nesta quinta-feira, 21, manter a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada à EXAME pela defesa de Cid.
O tenente-coronel prestou um depoimento de mais de uma hora e, de acordo com sua defesa, “esclareceu as dúvidas das autoridades”. Antes do depoimento, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, afirmou que seu cliente estava “tranquilo”.
A PF pediu a anulação da delação premiada, firmada em 2023, por considerar que o militar foi omisso e contraditório em seu depoimento na última terça-feira.
Nesta quinta-feira, Cid, Bolsonaro e outras 35 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
As investigações indicam que Cid tinha conhecimento do plano de assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes e participou da articulação.
Na terça-feira, a PF deflagrou uma operação para prender quatro militares "kids pretos" e um agente da PF que planejavam "eliminar" Moraes e "extinguir a chapa presidencial vencedora" nas eleições de 2022. O plano, chamado de “Punhal verde-amarelo”, segundo as investigações, previa sequestrar ou executar Lula, Moraes e Alckmin no dia 15 de dezembro de 2022.
A operação aconteceu após a recuperação de dados apagados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid. Conforme reportagem divulgada pelo blog de Daniela Lima, do G1, as informações questionam a veracidade de sua colaboração premiada e levantam suspeitas de omissões relevantes.