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Ministros vão a campo formar bloco pró-Chinaglia

Petistas ofereceram abrir espaço para os partidos aliados na Mesa Diretora e nas comissões em troca da formação de um bloco governista pró-Chinaglia


	Chinaglia: se confirmadas novas adesões, petista elevaria número de votos de 149 para 231
 (Wilson Dias/ABr)

Chinaglia: se confirmadas novas adesões, petista elevaria número de votos de 149 para 231 (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 17h35.

Brasília - Faltando cinco dias para a escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados, ministros foram a campo para tentar atrair o apoio do PP, PR e PRB ao petista Arlindo Chinaglia (SP).

Em um almoço em Brasília, os petistas ofereceram abrir espaço para os partidos aliados na Mesa Diretora e nas comissões em troca da formação de um bloco governista pró-Chinaglia.

O encontro reuniu dirigentes de oito partidos (PT, PDT, PCdoB, PRB, PSD, PROS e PSC) e os ministros Pepe Vargas (Relações Institucionais), Ricardo Berzoini (Comunicações), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), Gilberto Kassab (Cidades) e Gilberto Occhi (Integração Nacional).

"Estamos trabalhando pelo governo, pela presidente Dilma e pela governabilidade", resumiu Occhi.

PR, PP e PRB, que apoiam o peemedebista Eduardo Cunha (RJ), ficaram de rediscutir suas posições e anunciar suas decisões até sábado (31), véspera do pleito.

O PEN, que tem apenas dois parlamentares, avisou que vai aderir ao bloco já composto por PT, PCdoB, PSD e PROS. O PDT já é dado como certo no grupo pró-Chinaglia.

Se confirmadas as novas adesões, o petista elevaria o número de votos de 149 para 231 e, pelos cálculos dos governistas, Chinaglia poderia vencer a eleição em segundo turno com até 280 votos.

"A candidatura do Cunha será um voo de galinha", ironizou um parlamentar do PSC.

Os ministros compareceram ao encontro defendendo a recomposição da base aliada contra os que pregam o "confronto aberto" com o governo.

"Quem é base tem de fazer um esforço para fortalecer a solidariedade da base", reforçou Berzoini.

Já o ministro Pepe Vargas disse que a estabilidade no Congresso só pode ser garantida com a formação de um grande bloco.

"É um bom caminho para a consolidação da nossa base", declarou.

Ele acredita ser legítimo que ministros e até o vice-presidente da República, Michel Temer, atuem em favor de seus candidatos e negou que exista uma interferência direta do Executivo no processo eleitoral no Legislativo.

"Se o governo quisesse interferir estava montando o segundo e o terceiro escalão agora. O governo não fez isso, pelo contrário", argumentou Vargas.

Entusiasmado com a carga simbólica do encontro, Chinaglia disse considerar natural a atuação dos ministros à favor de sua candidatura.

"Acho que está dentro dos limites", avaliou.

Para garantir o apoio ao candidato do governo, o PT se dispôs a ceder espaço para os aliados na composição dos cargos na Casa e nas comissões.

"O PT está disposto a fazer concessões para agregar o bloco. Ninguém vai dar rasteira em ninguém", reforçou o vice-presidente da sigla, deputado José Guimarães (CE), que chamou a articulação de "gol de placa" contra o adversário do PMDB.

"Fizemos de um limão uma limonada", comemorou Guimarães.

Dirigentes como Carlos Lupi (PDT), Alfredo Nascimento (PR) e Guilherme Campos (PSD) deixaram o encontro realizado em um hotel da capital federal exaltando a "unidade" da base aliada e prometendo trabalhar pela formação do bloco governista.

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