Ministro italiano presenteia Eduardo Bolsonaro com cópia de lei polêmica
Salvini e Eduardo Bolsonaro tiveram uma reunião no consulado brasileiro em Milão
EFE
Publicado em 19 de abril de 2019 às 17h13.
Última atualização em 19 de abril de 2019 às 17h14.
Roma - O ministro do Interior da Itália, o ultradireitista Matteo Salvini, presenteou nesta sexta-feira em Milão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) com uma cópia da polêmica lei de legítima defesa italiana para que inspire um projeto que o presidente Jair Bolsonaro pretende aprovar no Brasil.
Salvini e Eduardo Bolsonaro tiveram uma reunião no consulado brasileiro em Milão e depois concederam uma entrevista coletiva conjunta que foi transmitida pelo ministro italiano nas redes sociais.
O deputado recebeu de Salvini uma cópia da controversa lei de legítima defesa que foi aprovada recentemente na Itália e que permite reagir a um assalto a um domicílio com o uso de uma arma legal.
A intenção, segundo Salvini, é que sirva de inspiração para o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que o presidente Bolsonaro quer impulsionar no Brasil.
O filho do presidente reconheceu que seu pai quer aplicar uma medida "similar" à promovida por Salvini e disse estar confiante que o Congresso aprove esta lei em breve.
Eduardo Bolsonaro ressaltou que "o mundo está mudando", após os triunfos do seu pai no Brasil e de Donald Trump nos Estados Unidos, e previu que líderes de direita também vencerão nos países europeus.
Nesta linha, Salvini lembrou que está trabalhando para que os partidos eurocéticos de direita da União Europeia (UE) se aliem e sejam a bancada mais votada nas eleições para o Parlamento Europeu de maio.
"Temos a possibilidade de mudar a Europa e construir uma Europa forte, que defenda as fronteiras", argumentou o ministro italiano e também vice-presidente do governo do país.
Por fim, Salvini agradeceu ao governo brasileiro pela extradição do italiano Cesare Battisti, ex-membro do já extinto grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e condenado por terrorismo.
"Temos que agradecer ao presidente brasileiro e ao povo brasileiro. Para a Itália foi um grande dia, porque finalmente Battisti está na prisão. (...) É o começo de um caminho que permitirá que voltem à Itália muitos terroristas e delinquentes", ressaltou.
Battisti, de 64 anos, foi extraditado à Itália no último dia 14 de janeiro diretamente da Bolívia, onde foi capturado após ter fugido, um mês antes, do Brasil, onde vivia desde 2004.