Ministro do Itamaraty chama de 'protecionismo' proposta da UE
Carlos França critica proposta da União Europeia que proíbe a compra de produtos ligados ao desmatamento, o que afetaria a exportação de soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau e café
Ministro Carlos França atacou as políticas de subsídios do governo da França para apoiar os pequenos agricultores do país europeu (Leopoldo Silva/Agência Senado/Flickr)
28 de novembro de 2021, 15h09
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, chamou de "protecionista" a recente proposta da União Europeia (UE) de banir produtos ligados ao desmatamento, segundo entrevista publicada pelo jornal britânico Financial Times neste domingo, 28.
“Eu não posso aceitar usar o meio ambiente como uma forma de protecionismo. É ruim para os consumidores e para o fluxo de negócios”, declarou França. “Acho que existe certa miopia por parte da UE.”
A proposta foi feita pela Comissão Europeia na quarta-feira 17 e afeta seis categorias de produtos: soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau e café. Seus derivados também estariam inclusos, como couro, chocolate e móveis.
De acordo com a lei proposta, que precisa ser aprovada pelos governos da União Europeia e pelo Parlamento Europeu, as empresas terão de mostrar que as seis commodities foram produzidas de acordo com as leis do país produtor.
Na entrevista ao FT, ministro atacou as políticas de subsídios do governo da França para apoiar os pequenos agricultores do país europeu.
“Entendo as razões políticas internas do governo francês. Não é ambientalmente correto que eles deem subsidíos à agricultura, porque terra e água são recursos escassos e operá-los de forma ineficiente não é sustentável", disse. “É melhor plantar aqui no Brasil, onde a agricultura é incrivelmente avançada tecnologicamente, do que produzir na França.”
A fala ocorre em meio à aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia, em discussões por 20 anos e atualmente parado para ser ratificado pelos países-membros do bloco europeu - uma das principais objeções, principalmente do governo do francês Emmanuel Macron, é garantir que a aprovação do acordo com um compromisso para impedir o desmatamente no Brasil.
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