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Ministro diz que a Câmara não pode virar bunker da oposição

A relação com o Congresso e as votações de projetos de interesse do governo na retomada dos trabalhos legislativos foram os principais tema da reunião de hoje

Jaques Wagner: "O papel do presidente da Casa, independente de não ser vedado a ele ter suas preferências, é um papel de magistrado e portanto de manter o equilíbrio da Casa", disse (Denis Ribeiro)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2015 às 13h59.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou hoje (3) as divergências entre o governo e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas disse que espera uma posição de “institucionalidade” do parlamentar no comando da Casa e que a presidência da Câmara não pode se transformar em bunker da oposição.

O Congresso Nacional retoma hoje os trabalhos, após o recesso parlamentar. No último dia antes da pausa, em 17 de julho, Cunha anunciou o rompimento formal com o governo.

“A preocupação geral que se tem é que se mantenha a institucionalidade da Casa. O papel do presidente da Casa, independente de não ser vedado a ele ter suas preferências, é um papel de magistrado e portanto de manter o equilíbrio da Casa. Eu acho estranho se a presidência da Câmara dos Deputados se transformar no bunker organizador da oposição”, disse Wagner após participar da reunião de coordenação política com Dilma e mais dez ministros.

“Isso é papel das lideranças da oposição. A única expectativa que eu tenho é que essa institucionalidade seja mantida e que haja, por parte do presidente da Casa, a manutenção dessa equidistância. Ele, nas suas articulações pessoais, vai agir de acordo com suas convicções. Com o manto de presidente da Câmara acho que ele não pode permitir que haja uma invasão dessa institucionalidade, mas isso está a cargo da decisão dele”, acrescentou.

A relação com o Congresso e as votações de projetos de interesse do governo na retomada dos trabalhos legislativos foram os principais tema da reunião de hoje.

O governo está preocupado com a chamada pauta-bomba, com projetos que podem comprometer o ajuste fiscal e criar gastos para o Executivo. Na lista, também está a análise das contas de 2014 do governo Dilma, que chegará ao Congresso após parecer do Tribunal de Contas da União.

Hoje à noite, Dilma vai receber lideranças e presidentes de partidos da base aliada em um jantar no Palácio da Alvorada, em uma estratégia de articulação para as próximas votações.

Perguntado por jornalistas sobre a eventual redução do número de ministérios do governo Dilma, Wagner disse que o assunto não foi discutido na reunião de hoje, mas é um tema que está em debate.

“É uma preocupação constante de qualquer governo e desse governo. Acho que é sempre positivo fazer a racionalização da máquina. Hoje realmente não teve nenhuma discussão objetiva sobre pasta A, B ou C, fusão dessa com aquela. Mas diria que o guarda-chuva da boa gestão e da racionalidade vai estar sempre presidindo, principalmente num momento de dificuldade, então sempre que você puder, sem prejuízo político, fazer redução de custos, acho que é sempre bem-vindo”, ponderou.

O governo Dilma Rousseff tem 39 ministérios e 38 ministros, desde que o comando da Secretaria de Relações Institucionais foi transferido para o vice-presidente da República, Michel Temer, em abril.

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O ministro da Defesa, Jaques Wagner, minimizou hoje (3) as divergências entre o governo e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas disse que espera uma posição de “institucionalidade” do parlamentar no comando da Casa e que a presidência da Câmara não pode se transformar em bunker da oposição.

O Congresso Nacional retoma hoje os trabalhos, após o recesso parlamentar. No último dia antes da pausa, em 17 de julho, Cunha anunciou o rompimento formal com o governo.

“A preocupação geral que se tem é que se mantenha a institucionalidade da Casa. O papel do presidente da Casa, independente de não ser vedado a ele ter suas preferências, é um papel de magistrado e portanto de manter o equilíbrio da Casa. Eu acho estranho se a presidência da Câmara dos Deputados se transformar no bunker organizador da oposição”, disse Wagner após participar da reunião de coordenação política com Dilma e mais dez ministros.

“Isso é papel das lideranças da oposição. A única expectativa que eu tenho é que essa institucionalidade seja mantida e que haja, por parte do presidente da Casa, a manutenção dessa equidistância. Ele, nas suas articulações pessoais, vai agir de acordo com suas convicções. Com o manto de presidente da Câmara acho que ele não pode permitir que haja uma invasão dessa institucionalidade, mas isso está a cargo da decisão dele”, acrescentou.

A relação com o Congresso e as votações de projetos de interesse do governo na retomada dos trabalhos legislativos foram os principais tema da reunião de hoje.

O governo está preocupado com a chamada pauta-bomba, com projetos que podem comprometer o ajuste fiscal e criar gastos para o Executivo. Na lista, também está a análise das contas de 2014 do governo Dilma, que chegará ao Congresso após parecer do Tribunal de Contas da União.

Hoje à noite, Dilma vai receber lideranças e presidentes de partidos da base aliada em um jantar no Palácio da Alvorada, em uma estratégia de articulação para as próximas votações.

Perguntado por jornalistas sobre a eventual redução do número de ministérios do governo Dilma, Wagner disse que o assunto não foi discutido na reunião de hoje, mas é um tema que está em debate.

“É uma preocupação constante de qualquer governo e desse governo. Acho que é sempre positivo fazer a racionalização da máquina. Hoje realmente não teve nenhuma discussão objetiva sobre pasta A, B ou C, fusão dessa com aquela. Mas diria que o guarda-chuva da boa gestão e da racionalidade vai estar sempre presidindo, principalmente num momento de dificuldade, então sempre que você puder, sem prejuízo político, fazer redução de custos, acho que é sempre bem-vindo”, ponderou.

O governo Dilma Rousseff tem 39 ministérios e 38 ministros, desde que o comando da Secretaria de Relações Institucionais foi transferido para o vice-presidente da República, Michel Temer, em abril.

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