Ministro da Educação errou; prova custará R$ 500 milhões e não R$ 500 mil
Abraham Weintraub disse que o valor gasto na avaliação do nível de alfabetização seria de R$ 500 mil; o Inep informou que, na verdade, número é muito maior
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de maio de 2019 às 07h50.
Última atualização em 3 de maio de 2019 às 10h35.
Brasília - Por um erro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o ministro da Educação, Abraham Weintraub , divulgou um custo total bem menor para a avaliação do nível de alfabetização. Durante anúncio oficial nesta quinta-feira (2), em Brasília, Weintraub festejou inicialmente um gasto contratado de apenas R$ 500 mil para a avaliação, que deve atingir cerca de 7 milhões de estudantes.
Na coletiva, chegou a ressaltar o valor várias vezes, dizendo que "cada real do contribuinte" era importante. "Vamos avaliar não só o desempenho das crianças como o sistema de ensino como um todo. Nós vamos fazer um exame para 7 milhões de crianças a um custo de R$ 500 mil. É importante falar. A postura nossa é sempre de dizer ao pagador de imposto e à sociedade onde está sendo alocado o imposto. Então, uma avaliação que vai ser feita a 7 milhões de crianças a um custo total de R$ 500 mil, para saber se as coisas estão andando bem", afirmou o ministro.
Minutos depois, em nota, o Inep informou que o valor estimado para a realização do exame era na verdade de cerca de R$ 500 milhões. "O presidente do Inep (Elmer Vicenzi) informa que o valor estimado para a aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019 é de aproximadamente R$ 500 milhões. O valor de R$ 500 mil foi incorretamente apresentado ao ministro na coletiva de imprensa realizada nesta data, em função de uma inconsistência material na planilha de custos elaborada pelo Inep." O Saeb deve ser aplicado entre 21 de outubro e 1.º de novembro.
Comparação
O custo da edição de 2017 do Saeb ficou em cerca de R$ 250 milhões - os valores não são comparáveis, porém, por causa das alterações no exame e pelo fato de a análise à época não incluir a prova de alfabetização - que havia ocorrido no ano anterior.