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Ministério da Saúde recebeu 416 fake news pelo WhatsApp em um mês

Órgão divulgou número para receber notícias falsas sobre saúde que circulam no aplicativo de mensagens e desmenti-las

Fake news: ferramenta da USP e Ufscar ajudam a detectar notícias falsas ou verdadeiras (Hero Images/Getty Images)

Fake news: ferramenta da USP e Ufscar ajudam a detectar notícias falsas ou verdadeiras (Hero Images/Getty Images)

LN

Letícia Naísa

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 18h48.

Em um mês, o Ministério da Saúde recebeu 416 mensagens com notícias falsas sobre saúde. O órgão lançou em agosto o serviço “Saúde Sem Fake News”, que divulgou um número de WhatsApp para que as pessoas possam encaminhar notícias duvidosas sobre saúde.

Desde o lançamento do serviço, o número já recebeu 2.151 mensagens. Entre os boatos mais espalhados no aplicativo de mensagens estão notícias sobre proibição da vacinação contra o HPV pelo Ministério Público Federal, um câncer de olho causado pelo uso de smartphones, vírus HIV sendo injetado dentro de frutas e a presença de uma bactéria no feijão que pode ser combatida com vinagre. Todas são falsas.

A preocupação do Ministério é que esse tipo de notícia possa causar problemas graves de saúde para a população, caso seja creditada como verdadeira.

“Dizer que um chá cura diabetes pode fazer uma pessoa largar o tratamento prescrito pelo médico e ter sequelas da doença, por exemplo”, explica Gabriela Rocha, coordenadora de redes sociais do Ministério da Saúde. “Espalhar que vacina faz mal pode causar surtos de doenças que já foram eliminadas no Brasil, porque as pessoas não acreditam mais na importância e na segurança da vacinação, é isso o que nos preocupa.”

O Ministério recebe notícias e correntes em formato de texto, vídeo, imagem e áudio que circulam pelo aplicativo de mensagens. O usuário pode mandar a notícia da mesma forma que recebeu de outros contatos.

As notícias são analisadas por uma equipe de comunicação, que consulta especialistas de saúde. As respostas são enviadas diretamente ao usuário e divulgadas no Portal Saúde com um selo que indica se são verdadeiras ou falsas.

“Criamos um canal no WhatsApp para combater as fake news da mesma forma como elas chegam para as pessoas e se espalham”, explica Gabriela. “O WhatsApp não é uma rede social como as outras, a gente não tem como monitorar.”

Desde fevereiro o órgão tem monitorado as redes sociais em busca de focos de fake news, ou seja, de fontes que divulgam notícias falsas. Diariamente, a equipe de redes sociais do Ministério da Saúde analisa cerca de 7 mil menções sobre saúde na internet. Já foram encontrados 201 focos, sendo 89% sobre vacinas.

No WhatsApp, notícias falsas sobre a segurança das vacinas são as que mais circulam, segundo Gabriela. Outras mensagens que o Ministério recebe são relacionadas a boatos sobre alimentação e medicamentos milagrosos.

O canal, no entanto, não deve ser usado como tira-dúvidas, alerta Gabriela. O número do WhatsApp foi feito exclusivamente para fake news e informações virais que circulam pela rede. Informações sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e outros serviços públicos de saúde devem ser obtidas na ouvidoria do Ministério da Saúde pelo número 136.

Para Gabriela, a repercussão do canal do Ministério do WhatsApp está sendo positiva. “As pessoas estão buscando fontes mais corretas para tirar dúvidas”, afirma.

O número do WhatsApp do Ministério da Saúde para enviar notícias duvidosas é (61) 99289-4640.

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