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Minha obsessão é a saúde fiscal do Brasil, diz Ciro Gomes

Gomes afirmou que, se eleito, pedirá ajuda dos governadores para aprovar reformas como a da Previdência e a tributária

Ciro Gomes: "O Brasil não pode continuar com esses ciclos de consumo como fez. Precisamos impulsionar o lado da oferta, ou o Brasil vai continuar vivendo dessa forma que vemos" (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de março de 2018 às 14h42.

São Paulo - O ex-governador do Ceará e pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes , afirmou nesta quarta-feira, 14, em São Paulo, que a saúde fiscal do Brasil será uma "obsessão" da sua eventual gestão e que pretende, se eleito, propor reformas na área nos seis primeiros meses de governo, período em que o presidente tem maior capital político.

Em evento promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), o ex-ministro dos governos Itamar Franco e Lula afirmou que melhorar a situação fiscal brasileira é condição necessária para superar o que chamou uma sucessão de ciclos insustentáveis de consumo que vêm se repetindo desde a década de 1980.

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"O Brasil não pode continuar com esses ciclos de consumo como fez. Precisamos impulsionar o lado da oferta, ou o Brasil vai continuar vivendo dessa forma que vemos", criticou, defendendo ainda medidas para tornar o câmbio e os juros compatíveis com a competitividade das empresas brasileiras no exterior.

Questionado sobre como pretende aprovar reformas que considerou necessárias, como a da Previdência e a tributária, o pedetista afirmou que, se eleito, pretende iniciar seu governo com essas propostas e também pedir a ajuda dos governadores para tal, já que eles também têm interesse em resolver a insolvência de suas contas públicas. "Vou propor um redesenho do pacto federativo do País em troca do redesenho fiscal do País. Fazer um swap da dívida dos Estados em troca do apoio à reforma tributária e previdenciária juntas. Vamos sair dessa juntos."

Ele também disse que pretende fazer tudo isso nos seis primeiros meses, que são uma janela de oportunidade que permite ao governante se contrapor ao fato de não ter maioria no Congresso. "Depois de Dutra, 100% dos presidentes se elegeram sem maioria. Por outro lado, o presidente tem poderes quase imperiais de seis meses a um ano, dado o plebiscitário da eleição", disse, citando como exemplo a experiência "caricata" de Fernando Collor. "Com minoria ínfima no Congresso, ele fez um sequestro da poupança, esterilizou um terço da dívida brasileira e o Congresso engoliu com caroço e tudo aquela aberração", lembrou.

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