Minha convicção é de que houve estupro, diz delegada no Rio
A delegada, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, explicou que o vídeo, por si só, já caracteriza o estupro coletivo
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2016 às 16h04.
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) afirmou nesta segunda-feira (30) não haver mais dúvida de que a jovem de 16 anos foi vítima de um estupro coletivo.
"A minha convicção é de que houve estupro, porque há o vídeo, além do depoimento da vítima. O que é preciso esclarecer é a extensão desse estupro. A gente quer verificar quantas pessoas praticaram esse crime. Mas que houve, houve".
O vídeo que circulou nas redes sociais mostra um dos homens tocando as partes íntimas da vítima, que está desacordada, enquanto outros dois assistem a tudo.
A delegada explicou que esta prova, por si só, já caracteriza o estupro coletivo. Segundo Bento, os outros homens que aparecem nas imagens são considerados partícipes do crime.
Pela lei 12.015, de 2009, é considerado estupro "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".
Bento assumiu o caso - que corre em segredo de Justiça - neste domingo (29), após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinar o desdobramento do inquérito.
"Eu assumi ontem a coordenação desse inquérito policial e me debrucei nele o dia e a madrugada toda. Enfim, eu entendi que havia indícios suficientes para pedir uma prisão temporária, para que a gente possa investigar com mais calma."
O estupro ocorreu há cerca de uma semana, no morro São José Operário, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Um vídeo mostrando o crime foi divulgado na última quarta-feira (25), na internet, por um dos 33 homens que participaram da violência.
O laudo da perícia sobre o caso diz que a demora em fazer o exame foi determinante para que não fossem encontrados indícios de violência.
A jovem foi à polícia cinco dias depois do crime, após imagens do estupro serem divulgadas na internet. "Isso dificulta muita coisa", comentou Adriane Rego, do Instituto Médico Legal.
"Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não determinante para o fato. No caso dessa menina, se ela estava descordada, não vai ter lesão porque ela não ofereceu resistência", explicou a delegada.
A fala de Bento também foi reforçada por Adriane. Ao falar de maneira genérica, já que o caso corre em segredo de Justiça, a perita afirmou que o fato de não haver vestígios, não significa que não houve crime.
"Nem sempre, quando há crime sexual, o exame será determinante".
Também nesta segunda-feira (30), o jornal fluminense Extra divulgou trechos de uma conversa no Whatsapp, atribuídas ao delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Nos trechos obtidos pelo jornal, o delegado desqualifica a entrevista da vítima divulgada no domingo pelo Fantástico, dizendo que "ela parece outra pessoa" e afirmando ainda que "há fortes indícios de que não houve estupro".
Thiers foi afastado do caso. De acordo com o chefe de polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, a saída do delegado do caso foi feita "sem nenhum tipo de contestação".
Ainda segundo Veloso, a saída de Thiers foi motivada por conta do seu "nível de estresse".
A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) afirmou nesta segunda-feira (30) não haver mais dúvida de que a jovem de 16 anos foi vítima de um estupro coletivo.
"A minha convicção é de que houve estupro, porque há o vídeo, além do depoimento da vítima. O que é preciso esclarecer é a extensão desse estupro. A gente quer verificar quantas pessoas praticaram esse crime. Mas que houve, houve".
O vídeo que circulou nas redes sociais mostra um dos homens tocando as partes íntimas da vítima, que está desacordada, enquanto outros dois assistem a tudo.
A delegada explicou que esta prova, por si só, já caracteriza o estupro coletivo. Segundo Bento, os outros homens que aparecem nas imagens são considerados partícipes do crime.
Pela lei 12.015, de 2009, é considerado estupro "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso".
Bento assumiu o caso - que corre em segredo de Justiça - neste domingo (29), após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinar o desdobramento do inquérito.
"Eu assumi ontem a coordenação desse inquérito policial e me debrucei nele o dia e a madrugada toda. Enfim, eu entendi que havia indícios suficientes para pedir uma prisão temporária, para que a gente possa investigar com mais calma."
O estupro ocorreu há cerca de uma semana, no morro São José Operário, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. Um vídeo mostrando o crime foi divulgado na última quarta-feira (25), na internet, por um dos 33 homens que participaram da violência.
O laudo da perícia sobre o caso diz que a demora em fazer o exame foi determinante para que não fossem encontrados indícios de violência.
A jovem foi à polícia cinco dias depois do crime, após imagens do estupro serem divulgadas na internet. "Isso dificulta muita coisa", comentou Adriane Rego, do Instituto Médico Legal.
"Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não determinante para o fato. No caso dessa menina, se ela estava descordada, não vai ter lesão porque ela não ofereceu resistência", explicou a delegada.
A fala de Bento também foi reforçada por Adriane. Ao falar de maneira genérica, já que o caso corre em segredo de Justiça, a perita afirmou que o fato de não haver vestígios, não significa que não houve crime.
"Nem sempre, quando há crime sexual, o exame será determinante".
Também nesta segunda-feira (30), o jornal fluminense Extra divulgou trechos de uma conversa no Whatsapp, atribuídas ao delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Nos trechos obtidos pelo jornal, o delegado desqualifica a entrevista da vítima divulgada no domingo pelo Fantástico, dizendo que "ela parece outra pessoa" e afirmando ainda que "há fortes indícios de que não houve estupro".
Thiers foi afastado do caso. De acordo com o chefe de polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, a saída do delegado do caso foi feita "sem nenhum tipo de contestação".
Ainda segundo Veloso, a saída de Thiers foi motivada por conta do seu "nível de estresse".