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Minas Gerais registra falta de combustíveis por bloqueio em distribuidoras

Minas Gerais é o segundo maior mercado de combustíveis no Brasil, atrás de São Paulo, segundo a federação

Minas Gerais: o presidente da Fecombustíveis disse que as bases de Betim atendem a um raio de cerca de 350 km. (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

Minas Gerais: o presidente da Fecombustíveis disse que as bases de Betim atendem a um raio de cerca de 350 km. (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2021 às 12h30.

Postos de combustíveis de Minas Gerais já registram falta do produto devido a protesto que bloqueia o transporte em bases de distribuidoras em Betim desde quinta-feira, disse à Reuters o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares.

Segundo ele, a escassez é mais sentida na região metropolitana de Belo Horizonte, onde filas de veículos se formam para abastecimento. Minas Gerais é o segundo maior mercado de combustíveis no Brasil, atrás de São Paulo, segundo a federação.

As ações das principais distribuidoras de combustíveis, incluindo Vibra e Raízen, apresentavam queda acentuada nesta sexta-feira, diante de preocupações com a abrangência dos protestos realizados pelos chamados "tanqueiros", que são transportadores de combustíveis, cujos preços têm pressionado a inflação e custos no país.

"Tem uma quantidade grande de postos em Belo Horizonte que já estão secos, nos poucos que ainda tem (combustível), está ocorrendo uma corrida aos postos, está todo mundo rodando a cidade, e já formam filas enormes", disse Soares.

Os "tanqueiros" reivindicam principalmente uma redução da alíquota do ICMS no diesel, para eventualmente conseguirem redução de custos. A bandeira é a mesma do presidente Jair Bolsonaro, que responsabiliza governos estaduais pelo aumento dos preços dos combustíveis devido ao tributo.

"Se não houver acordo imediato (com os tanqueiros), mais um dia vai estar todo mundo seco", acrescentou o presidente da Fecombustíveis, que representa postos no Brasil.

O presidente da associação, ele próprio dono de postos que já estão com tanques secos, disse ainda em entrevista por telefone que as bases das distribuidoras em Betim, na região da refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, estão fechadas desde quinta-feira às 6h.

"Não saiu nenhum caminhão das bases, os que saíram foram com escolta policial", disse ele, relatando informações de alguns veículos que tentaram sair e foram apedrejados.

O presidente da Fecombustíveis disse que as bases de Betim atendem a um raio de cerca de 350 km.

A assessoria de imprensa do sindicado dos tanqueiros de Minas Gerais (Sindtanque) confirmou que o protesto continuava nesta manhã de sexta-feira. Afirmou que os manifestantes só liberam a saída de combustíveis para hospitais e aeroportos.

A principal reivindicação é a redução da alíquota do ICMS do diesel de 15% para ao menos 12%.

Procurado, o governo de Minas Gerais não comentou o assunto imediatamente.

As grandes distribuidoras de combustíveis, como Vibra (ex-BR), Raízen, joint venture da Shell com Cosan, e Ipiranga, do grupo Ultra preferiram não comentar o assunto.

As empresas encaminharam o tema para o IBP, associação que representa as companhias, que não se manifestou imediatamente nesta sexta-feira após ser procurado.

As ações da Vibra tinham queda de quase 5% por volta das 11:20, as da Raízen caíam mais de 5%, assim como as da Ultrapar.

Um protesto semelhante realizado em importante base de distribuição de Duque de Caxias (RJ) foi encerrado na noite de quinta-feira, segundo o Sindcomb, entidade que representa revendedores de combustíveis do Rio de Janeiro.

"O risco de desabastecimento de combustíveis, por ora, está descartado na Cidade do Rio de Janeiro. As bases das companhias distribuidoras reabriram às 20h desta quinta-feira (21/10) e retomaram os carregamentos de gasolina, óleo diesel e etanol hidratado", disse o Sindcomb.

Segundo o sindicato, o abastecimento aos caminhões FOB ("Free On Board", de proprietários particulares) e CIF ("Cost, Insurance and Freight", de propriedade das distribuidoras) vai seguir no fim de semana, "de modo a atender à demanda reprimida por conta da paralisação dos tanqueiros".

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