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MG avalia implicações de transposição do Paraíba do Sul

Medida é defendida pelo governo de São Paulo por causa da crise hídrica com o baixo nível do Sistema Cantareira

Estiagem afeta o rio Paraíba do Sul na cidade de Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Estiagem afeta o rio Paraíba do Sul na cidade de Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 19h39.

belo horizonte - A transposição do Rio Paraíba do Sul não tem impacto imediato no abastecimento de cidades de Minas Gerais.

Mas o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) avalia que o projeto oferece risco ao desenvolvimento do Estado no futuro por causa da possibilidade de uma maior dependência do Rio de Janeiro da água de afluentes mineiros da bacia.

A medida é defendida pelo governo de São Paulo por causa da crise hídrica com o baixo nível do Sistema Cantareira.

Segundo a presidente do Igam, Marília Carvalho de Melo, a diminuição da vazão com a transposição vai ocorrer apenas na calha do rio.

"Em Minas Gerais não temos utilizações expressivas da calha do Paraíba do Sul. Nossas demandas expressivas de água estão nos nossos afluentes mineiros", afirmou, referindo-se aos rios Muriaé, Pomba, Preto e Paraibuna.

"Impacto direto na transposição no Estado de Minas Gerais, hoje não há", acrescentou.

Marília disse que o Igam vai embasar tecnicamente o governador Alberto Pinto Coelho (PP) para que seja feita "avaliação de demanda e disponibilidade" futuras para que o Executivo defina sua posição na questão.

A Zona da Mata mineira é abastecida pela bacia do Paraíba do Sul e um aumento da dependência do Rio de Janeiro de afluentes mineiros poderia restringir o desenvolvimento da região.

"Há municípios expressivos, que têm demanda de outros consumos que não o abastecimento público, como irrigação e industrial", observou, ressaltando, porém, que essa dependência maior do Estado fluminense seria "no futuro, porque hoje isso não ocorreria".

Como berço das principais nascentes dessa e de outras bacias hidrográficas, Minas, segundo Marília, está "numa situação muito confortável" e vê o caso como uma questão de "gestão compartilhada", com aprofundamento de discussão já em curso no comitê da Bacia do Paraíba do Sul sobre "definição dos pontos e condições de entrega de vazão entre os Estados".

"Em função da situação do Sistema Cantareira, o governo de São Paulo precisa dar soluções mais ágeis para o abastecimento da região metropolitana. O conflito premente é entre Rio e São Paulo. Minas não é uma parte direta desse conflito. As águas nascem em Minas Gerais", concluiu.

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