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Metrô de SP demite de novo 10 funcionários grevistas

Empregados haviam sido readmitidos no início de setembro após uma liminar da Justiça do Trabalho em seu favor

Entrada da Estação Barra Funda fechada, em greve dos metroviários de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 18h04.

São Paulo - O Metrô de São Paulo demitiu novamente dez funcionários que participaram da greve de junho, uma das maiores da história dos metroviários.

As rescisões ocorreram na quarta-feira, 22, e na quinta-feira, 23, - entre os demitidos há seguranças, operadores de trem e supervisores. Esses empregados haviam sido readmitidos no início de setembro após uma liminar da Justiça do Trabalho em seu favor.

O Sindicato dos Metroviários já entrou com recurso para tentar reverter a decisão concedida pela desembargadora Iara Ramires da Silva de Castro.

Para ela, a reintegração foi dada antes da audiência inaugural, o que teria feito o Metrô não ter tido tempo para ampla defesa. A apreciação do caso está prevista para ser retomada em novembro no Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT-2).

Em decisão publicada em agosto, o juiz do Trabalho Thiago Melosi Sória, da 34.ª Vara do TRT-2, entendeu que "houve aparente vício formal na prática dos atos das dispensas e que as provas produzidas pela ré (o Metrô de São Paulo) ainda neste momento inicial do processo não revelam a prática das faltas graves atribuídas aos empregados dispensados".

Outros 23 funcionários readmitidos por meio de outro processo continuam trabalhando na empresa.

De acordo com o Metrô, os demitidos - que integram um grupo de 42 pessoas, duas das quais posteriormente reabsorvidas pela própria empresa - se envolveram em quebra-quebra na Estação Ana Rosa, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o local para dispensar os manifestantes. A força policial fez uso de cassetetes e bombas.

Além disso, o Metrô alegou que funcionários haviam impedido o fechamento das portas de um trem na Estação Tatuapé, durante a greve.

Mas imagens de câmeras de segurança da própria empresa revelam, de acordo com o texto da primeira decisão judicial, que os trabalhadores, embora "estivessem na plataforma, não aparecem impedindo o fechamento das portas".

A advogado dos metroviários, Eliana Lúcia Ferreira, disse ontem que os dez funcionários passam a ficar sem vínculos com a empresa.

"E isso é contraditório, porque o Metrô está precisando de gente. Do ponto de vista do dinheiro público, é até mais correto que essas pessoas ficassem. Porque se ao fim do processo a Justiça determinar que os funcionários estão corretos, como já ocorreu, o Metrô terá que pagar os salários de todo o período, com os juros. É melhor deixarem as pessoas trabalharem."

Em um documento enviado aos dez trabalhadores, o Metrô pede que devolvam crachás e uniformes. O sindicato acusa o governo Geraldo Alckmin (PSDB) de perseguição política, já que a maioria dos demitidos eram ativos representantes da entidade, como diretores.

A categoria informa que nunca foram apresentadas provas concretas que indicassem a participação dessas pessoas, especificamente, nos atos de vandalismo.

Um dos dez funcionários novamente desligados do Metrô disse que não sabe o que acontecerá com ele e seus colegas, mas que o Metrô tentou impedi-los de usar um broche da campanha da readmissão dos demais metroviários demitidos enquanto estavam trabalhando.

Por meio de nota, o Metrô de São Paulo informou apenas que TRT "cassou (suspendeu) a decisão judicial de 1.ª instância que determinou a reintegração de 10 empregados demitidos em 9 de junho deste ano" e que, "dessa forma, está mantido o desligamento dos funcionários".

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As rescisões ocorreram na quarta-feira, 22, e na quinta-feira, 23, - entre os demitidos há seguranças, operadores de trem e supervisores. Esses empregados haviam sido readmitidos no início de setembro após uma liminar da Justiça do Trabalho em seu favor.

O Sindicato dos Metroviários já entrou com recurso para tentar reverter a decisão concedida pela desembargadora Iara Ramires da Silva de Castro.

Para ela, a reintegração foi dada antes da audiência inaugural, o que teria feito o Metrô não ter tido tempo para ampla defesa. A apreciação do caso está prevista para ser retomada em novembro no Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (TRT-2).

Em decisão publicada em agosto, o juiz do Trabalho Thiago Melosi Sória, da 34.ª Vara do TRT-2, entendeu que "houve aparente vício formal na prática dos atos das dispensas e que as provas produzidas pela ré (o Metrô de São Paulo) ainda neste momento inicial do processo não revelam a prática das faltas graves atribuídas aos empregados dispensados".

Outros 23 funcionários readmitidos por meio de outro processo continuam trabalhando na empresa.

De acordo com o Metrô, os demitidos - que integram um grupo de 42 pessoas, duas das quais posteriormente reabsorvidas pela própria empresa - se envolveram em quebra-quebra na Estação Ana Rosa, quando a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o local para dispensar os manifestantes. A força policial fez uso de cassetetes e bombas.

Além disso, o Metrô alegou que funcionários haviam impedido o fechamento das portas de um trem na Estação Tatuapé, durante a greve.

Mas imagens de câmeras de segurança da própria empresa revelam, de acordo com o texto da primeira decisão judicial, que os trabalhadores, embora "estivessem na plataforma, não aparecem impedindo o fechamento das portas".

A advogado dos metroviários, Eliana Lúcia Ferreira, disse ontem que os dez funcionários passam a ficar sem vínculos com a empresa.

"E isso é contraditório, porque o Metrô está precisando de gente. Do ponto de vista do dinheiro público, é até mais correto que essas pessoas ficassem. Porque se ao fim do processo a Justiça determinar que os funcionários estão corretos, como já ocorreu, o Metrô terá que pagar os salários de todo o período, com os juros. É melhor deixarem as pessoas trabalharem."

Em um documento enviado aos dez trabalhadores, o Metrô pede que devolvam crachás e uniformes. O sindicato acusa o governo Geraldo Alckmin (PSDB) de perseguição política, já que a maioria dos demitidos eram ativos representantes da entidade, como diretores.

A categoria informa que nunca foram apresentadas provas concretas que indicassem a participação dessas pessoas, especificamente, nos atos de vandalismo.

Um dos dez funcionários novamente desligados do Metrô disse que não sabe o que acontecerá com ele e seus colegas, mas que o Metrô tentou impedi-los de usar um broche da campanha da readmissão dos demais metroviários demitidos enquanto estavam trabalhando.

Por meio de nota, o Metrô de São Paulo informou apenas que TRT "cassou (suspendeu) a decisão judicial de 1.ª instância que determinou a reintegração de 10 empregados demitidos em 9 de junho deste ano" e que, "dessa forma, está mantido o desligamento dos funcionários".

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