Mesmo com via exclusiva, ônibus perde passageiro em SP
Os carros continuam roubando passageiros do sistema público de transporte na capital
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2013 às 09h22.
São Paulo - Apesar da política de incentivo ao uso de ônibus do prefeito Fernando Haddad (PT), com a criação de 150 quilômetros de faixas exclusivas, os carros continuam roubando passageiros do sistema público de transporte na capital. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), 17 milhões de viagens foram feitas a menos de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2012.
Por outro lado, as estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) indicam que o número de emplacamentos de carros na capital segue crescendo. Nos sete primeiros meses do ano, 70.162 automóveis começaram a rodar na cidade, 15% a mais que a quantidade de carros emplacados no mesmo período de 2012.Em julho, a frota de São Paulo era de quase 5,4 milhões de veículos.
Muitos dos novos donos de carros têm migrado do transporte público paulistano, como a supervisora administrativa Carla Quirino, de 34 anos, que mora em Itaquera, na zona leste. Para ir trabalhar em Pinheiros, na zona oeste, passou a utilizar um automóvel.
Às terças-feiras, porém, o carro não pode circular nos horários de pico, por causa do rodízio. Então, ela usa ônibus e metrô. "É o pior dia da semana, com muita demora e cansaço. Mas a situação vai mudar. Queremos um outro carro para usar nesse dia." De carro, ela vence o percurso em uma hora. Quando usa ônibus e metrô, leva até duas horas e meia.
Seu marido, o gráfico Paulo Roberto Sousa Santos, de 37 anos, abandonou o ônibus há uma década. "Apesar desse plano recente de faixas, a situação ainda não melhorou para os ônibus. O metrô também é ruim. Às vezes, minha esposa chega a demorar 40 minutos só para conseguir entrar na estação."
O consultor em transportes Horácio Figueira diz que a cidade vive uma fase de transição. O primeiro passo foi dado com a implantação das faixas. Agora, é preciso proporcionar um transporte mais confortável, aumentando a frota e reduzindo a lotação dos coletivos. "É uma questão de degustação. Tem gente que andou de carro a vida inteira e experimentará o ônibus agora."
Saída
Figueira afirma que, diante dos congestionamentos da cidade e do tempo necessário para a construção de linhas de metrô, a criação de um bom sistema de ônibus é a saída mais eficiente para a São Paulo.
De acordo com ele, em uma faixa de ônibus passam 4 mil pessoas por hora, contra mil em uma de carros. "Em uma via com três faixas, se você separar uma para ônibus, a circulação passará de 3 mil para 6 mil pessoas por hora." No caso de um corredor de ônibus à esquerda, com espaço para ultrapassagem, o número de passageiros por hora pode chega a 10 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Apesar da política de incentivo ao uso de ônibus do prefeito Fernando Haddad (PT), com a criação de 150 quilômetros de faixas exclusivas, os carros continuam roubando passageiros do sistema público de transporte na capital. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), 17 milhões de viagens foram feitas a menos de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2012.
Por outro lado, as estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) indicam que o número de emplacamentos de carros na capital segue crescendo. Nos sete primeiros meses do ano, 70.162 automóveis começaram a rodar na cidade, 15% a mais que a quantidade de carros emplacados no mesmo período de 2012.Em julho, a frota de São Paulo era de quase 5,4 milhões de veículos.
Muitos dos novos donos de carros têm migrado do transporte público paulistano, como a supervisora administrativa Carla Quirino, de 34 anos, que mora em Itaquera, na zona leste. Para ir trabalhar em Pinheiros, na zona oeste, passou a utilizar um automóvel.
Às terças-feiras, porém, o carro não pode circular nos horários de pico, por causa do rodízio. Então, ela usa ônibus e metrô. "É o pior dia da semana, com muita demora e cansaço. Mas a situação vai mudar. Queremos um outro carro para usar nesse dia." De carro, ela vence o percurso em uma hora. Quando usa ônibus e metrô, leva até duas horas e meia.
Seu marido, o gráfico Paulo Roberto Sousa Santos, de 37 anos, abandonou o ônibus há uma década. "Apesar desse plano recente de faixas, a situação ainda não melhorou para os ônibus. O metrô também é ruim. Às vezes, minha esposa chega a demorar 40 minutos só para conseguir entrar na estação."
O consultor em transportes Horácio Figueira diz que a cidade vive uma fase de transição. O primeiro passo foi dado com a implantação das faixas. Agora, é preciso proporcionar um transporte mais confortável, aumentando a frota e reduzindo a lotação dos coletivos. "É uma questão de degustação. Tem gente que andou de carro a vida inteira e experimentará o ônibus agora."
Saída
Figueira afirma que, diante dos congestionamentos da cidade e do tempo necessário para a construção de linhas de metrô, a criação de um bom sistema de ônibus é a saída mais eficiente para a São Paulo.
De acordo com ele, em uma faixa de ônibus passam 4 mil pessoas por hora, contra mil em uma de carros. "Em uma via com três faixas, se você separar uma para ônibus, a circulação passará de 3 mil para 6 mil pessoas por hora." No caso de um corredor de ônibus à esquerda, com espaço para ultrapassagem, o número de passageiros por hora pode chega a 10 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.