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Meirelles atribui turbulências no mercado a ascensão de extremistas

Segundo o pré-candidato, as propostas de alguns candidatos, cujos nomes não citou, criaram aversão nos investidores

Henrique Meirelles: pré-candidato atribuiu nesta sexta-feira a recente turbulência nos mercados financeiros à ascensão de candidatos extremistas (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: pré-candidato atribuiu nesta sexta-feira a recente turbulência nos mercados financeiros à ascensão de candidatos extremistas (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de junho de 2018 às 14h41.

Rio de Janeiro - O pré-candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, atribuiu nesta sexta-feira a recente turbulência nos mercados financeiros, que na véspera levou o dólar comercial próximo a 4 reais, à ascensão de candidatos extremistas em pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro.

Segundo Meirelles, que até abril era o ministro da Fazenda do presidente Michel Temer, as propostas de alguns candidatos, cujos nomes não citou, criaram aversão nos investidores. Os mercados têm reagido ao avanço dos pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), vistos por investidores como menos comprometidos com o ajuste fiscal.

"As pessoas têm que pensar como será o Brasil no próximo ano, e no momento em que há candidatos extremistas, seja para desfazer o que já foi feito e propostas que podem levar o Brasil de volta à recessão, ou candidato que prega a divisão dos brasileiros e a radicalização, tudo isso gera uma preocupação", disse Meirelles a jornalistas após participar de um evento do MDB no Rio de Janeiro.

"Isso leva a esse tipo de efeito na economia", acrescentou.

Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 2,28 por cento, a 3,9258 reais na venda, maior patamar desde 1º de março de 2016, em meio a preocupações com o quadro eleitoral e com a situação fiscal do país. Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,9684 reais.

O Ibovespa, principal índice de ações da B3, caiu 2,98 por cento, a 73.851 pontos, menor patamar de fechamento desde 20 de dezembro do ano passado. No pior momento do dia, o índice chegou a despencar 6,5 por cento.

Nesta sexta-feira, o dólar recuava fortemente, mais de 4 por cento, depois que o Banco Central anunciou uma atuação mais pesada na noite de quinta-feira. Mas o Ibovespa ainda caía cerca de 1 por cento e o mercado de juros futuros seguia agitado.

"Candidatos extremistas, com propostas que levam à crise e recessão, começam a preocupar os brasileiros e as pessoas começam a adotar cautela", avaliou Meirelles. "Há uma preocupação normal com a próxima eleição."

Meirelles, que além de chefiar a Fazenda sob Temer foi presidente do Banco Central no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a autoridade monetária está agindo de forma correta ao usar as reservas para conter a alta da moeda norte-americana. Para ele, esse colchão é para ser usado quando for preciso.

"Não podemos voltar atrás com políticas extremistas, seja de esquerda seja de direita... temos que andar para frente", disse ele em discurso.

"O Brasil tem que se unir em vez de incentivar o confronto, a divisão e jogar um brasileiro contra o outro para beneficiar seu projeto político, temos que trabalhar juntos em direção a um país melhor para todos, com mais renda e emprego e é isso que podemos fazer... Temos proposta concreta e não falatório", completou.

O pré-candidato do MDB disse apostar em um crescimento de sua candidatura e, consequentemente, numa maior calmaria nos mercados financeiros.

"Acho que com a ação firme e na medida que, com o fortalecimento de nossa campanha, ficar mais evidente e forte, vai ajudar a estabilizar os mercados", avaliou.

Apesar de seu otimismo, Meirelles ainda não conseguiu deslanchar nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto. Ainda assim, ele diz acreditar que sua candidatura vai ser aprovada com uma vitória consagradora na convenção partidária e que o MDB vai "marchar unido" em torno de seu nome.

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