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O presidente Michel Temer saiu da corrida eleitoral e já lançou a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
EXAME Hoje
Publicado em 23 de maio de 2018 às 06h57.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 08h30.
MDB com Meirelles
Tal como esperava a alta cúpula do MDB, o presidente Michel Temer finalmente se retirou da corrida eleitoral nesta terça-feira. O partido promoveu um evento em Brasília de lançamento do documento “Encontro com o Futuro”, com diretrizes de governo para o próximo ciclo eleitoral, e aproveitou para lançar a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à Presidência da República. “Chamamos você, Meirelles, para ser presidente do Brasil”, disse Temer. “Que você seja o único candidato de centro a continuar o que começamos.” A alfinetada é clara no ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta angariar aliados, inclusive do partido do presidente, para uma candidatura centrista. Meirelles enfrenta o problema de qualquer um dos postulantes a ser o candidato de centro-direita, focado em reformas fiscais: tem 1% das intenções de voto.
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Política de preços mantida…
A Petrobras não mudará sua política para os preços dos combustíveis, que tem sofrido pressão de uma greve de caminhoneiros e de políticos, e a redução nas cotações da gasolina e no diesel nas refinarias anunciada para quarta-feira ocorreu pela variação do câmbio, disse o presidente da companhia, Pedro Parente. A estatal tem praticado desde julho do ano passado reajustes até diários dos combustíveis para seguir as cotações internacionais, mas uma alta nos preços do petróleo neste ano tem levado os preços da gasolina e do diesel às máximas nas refinarias desde o início dessa política. “A redução de hoje é simples de entender, uma redução importante de câmbio ontem… então é prova de que essa política funciona tanto na direção de subir os preços quanto de cair os preços”, disse Parente após a reunião com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, em Brasília.
…Mas com redução nesta quarta
Mais cedo nesta terça-feira, a Petrobras anunciou que vai reduzir os preços de diesel e gasolina nas refinarias a partir de quarta-feira. Segundo a petroleira, o diesel será reduzido em 1,54%. Já a gasolina diminuirá em 2,08%, para 2,0433 reais por litro, a primeira redução desde 3 de maio. A decisão foi tomada em meio a discussões do governo sobre a alta do preço dos combustíveis, que desencadeou uma paralisação de motoristas de caminhões em 19 estados, na segunda e nesta terça-feira. Nesta terça-feira, caminhoneiros voltaram a bloquear rodovias e o porto de Santos.
A reação do governo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na tarde desta terça-feira, 22, pelo Twitter, que o governo vai zerar a Cide sobre a gasolina e o diesel para ajudar a reduzir o preço dos combustíveis no país. Ele também anunciou acordo para destinar 100% dos recursos do projeto da reoneração da folha de pagamento para reduzir o impacto do aumento do diesel. Maia afirmou que as duas medidas foram acertadas por ele e pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que ainda não se pronunciou sobre o assunto. A diminuição da alíquota da Cide depende apenas de um decreto do presidente Michel Temer para que passe a valer. A medida, porém, só passará a valer três meses após a assinatura do decreto. No entanto, segundo o sindicato da categoria, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) a medida não trará impacto na mobilização da categoria, que deve continuar nesta quarta-feira. Segundo a assessoria de imprensa da instituição afirmou ao Estadão, a Cide representa apenas 1% dos 27% de tributos incidentes no diesel. “Vai reduzir no máximo uns R$ 0,05 do litro do diesel”.
Efeito dominó
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou, nesta terça-feira, que, caso os protestos de caminhoneiros continuem, há risco de falta de produtos para os consumidores. Além da falta de alimentos, a ABPA alertou para o cancelamento de contratos de exportação, e da morte de animais por falta de insumos. Em nota, a Associação afirmou que os bloqueios impedem o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento das gôndolas no Brasil ou para exportações, e ainda acrescentou que já há relatos de unidades produtoras com turnos de abates suspensos. A greve continua nesta quarta-feira.
Azedou
A 5a Câmara do Tribunal de Justiça de Minas Gerais rejeitou, por unanimidade (5 votos a 0), o último recurso da defesa do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) e determinou sua prisão. Azeredo foi condenado, em segunda instância, a 20 anos e um mês de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no mensalão mineiro. O mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça foi enviado à Polícia Civil e à 9a Vara Criminal para que possa ser cumprido. Segundo a Folha, o advogado do tucano afirmou que se encontrará com a juíza responsável pelo processo na 9a Vara para acertar detalhes sobre uma eventual entrega de Azeredo e as condições de prisão, como uma cela especial.
Massacre permanece impune
A 4a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve nesta terça a anulação do julgamento de 74 policiais militares acusados pela morte de 111 detentos na Penitenciária do Carandiru, em 1992. Os três desembargadores votaram pela rejeição aos embargos de declaração impetrados pelo Ministério Público Estadual (MPE), além de anular todos os julgamentos posteriores à decisão da 4a Câmara Criminal. A decisão, que anula os cinco julgamentos sobre o caso e determina um novo, abre espaço para defesa dos policiais impetrarem um novo recurso, conhecido como embargos infringentes. O Ministério Público Estadual informou que vai contestar a decisão, entrando com dois novos recursos especiais.
Venezuela responde às sanções
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou, nesta terça-feira, a expulsão de diplomatas dos Estados Unidos, em retaliação às sanções impostas pelo governo americano ao país. O diplomata americano Todd Robinson tem até 48 horas para deixar o país. Ele é acusado de conspiração militar. Além da expulsão, Maduro afirmou que as sanções não controlarão o país. Ontem, o governo americano ordenou que novas sanções econômicas fossem aplicadas ao país latino-americano, alegando fraude e ilegitimidade nas eleições presidenciais. Maduro conquistou a reeleição com 68% dos votos. Membros da oposição e da comunidade internacional, porém, não reconheceram o resultado.
Trump pode adiar encontro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira, que a cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, poderia “acontecer mais tarde”. Durante o encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, Trump afirmou que “a data de 12 de junho pode não funcionar”. No entanto, ele garantiu que não tem dúvidas de que o líder norte-coreano, Kim Jong un, é “sério, absolutamente sério” em relação ao compromisso de eliminar as armas nucleares. A visita de Moon tem como objetivo retomar o encontro entre Trump e o líder da Coreia do Norte.