Carlos Marun: deputados da base voltaram a circular nos corredores do Planalto e a formar fila na sala de espera da Secretaria de Governo (Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 08h20.
Brasília - O quarto andar do Palácio do Planalto voltou, nesta segunda-feira, 11, a ter maior movimentação de parlamentares, atraídos pela troca de comando na Secretaria de Governo.
No fim da tarde, a pedido do presidente Michel Temer, o ministro demissionário Antonio Imbassahy (PSDB) recebeu em seu gabinete o sucessor, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), para começar a transição no cargo.
A missão dada ao tucano era repassar ao peemedebista as demandas e tarefas da pasta. Coube ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediar o início da primeira reunião entre os dois. Padilha e Marun visitaram Temer antes.
A cerimônia de posse deve ocorrer na quinta-feira, 14, depois que Marun concluir seu relatório na CPI mista da JBS no Congresso. Até quinta-feira Imbassahy continua na pasta, a pedido do presidente Michel Temer.
A tendência é que o peemedebista mantenha no cargo, ao menos por um período, o chefe de gabinete Carlos Henrique Sobral e a secretária executiva Ivani dos Santos.
Eles são nomes ligados ao PMDB e foram levados para o Planalto pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), denunciado pela Procuradoria-Geral da República no caso do apartamento em Salvador onde foram encontrados R$ 51 milhões.
Deputados da base voltaram a circular nos corredores do Planalto e a formar fila na sala de espera da Secretaria de Governo.
Antes, partidos do Centrão vinham pressionando o governo a afastar Imbassahy da articulação política. Parlamentares alegavam que não conseguiam interlocução com o tucano.
Nesta segunda, um dos que acompanharam a chegada de Marun foi André Amaral (PMDB-PB). "Com o Imbassahy eu nem tratava", disse o deputado.
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) aproveitou para ir à Secretaria pedir o pagamento de cerca de R$ 1 milhão em emendas já empenhadas para prefeituras de Minas Gerais.
Algumas, segundo ele, são do orçamento de obras já realizadas, mas que não tiveram o repasse do governo ao município para quitar o débito com empreiteiras.
"Está sendo uma transição de alto nível, com respeito pelo trabalho do Imbassahy. Tem que ser assim, até office-boy faz transição", disse Sávio à reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.