Brasil

Marqueteiros falam em R$ 20 mi de caixa 2 à campanha de Haddad

João Santana e Mônica Moura prestaram depoimento na Superintendência da PF em São Paulo

Fernando Haddad: segundo delação, a campanha do petista custou ao todo R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram pagos de forma oficial pelo PT e R$ 20 milhões por meio de caixa 2 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Fernando Haddad: segundo delação, a campanha do petista custou ao todo R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram pagos de forma oficial pelo PT e R$ 20 milhões por meio de caixa 2 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 08h46.

São Paulo - Os marqueteiros das campanhas petistas João Santana e Mônica Moura voltaram a relatar à Polícia Federal (PF) que receberam R$ 20 milhões e caixa dois pela campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), em 2012.

Eles prestaram depoimento na Superintendência da PF, no bairro da lapa, Zona Oeste de São Paulo.

Mônica afirmou, em acordo de delação premiada, que a campanha do petista custou ao todo R$ 50 milhões, dos quais R$ 30 milhões foram pagos de forma oficial pelo PT e R$ 20 milhões por meio de caixa 2. à PF, em São Paulo, ela reiterou a versão.

Segundo ela, a parte não contabilizada deveria ter sido paga pelo PT (R$ 5 milhões) e pela Odebrecht (R$ 15 milhões).

A empresária disse que a empreiteira pagou sua parte, mas o PT não. A dívida do partido, então, teria sido paga pelo empresário Eike Batista, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O pagamento no exterior teria sido acertado diretamente com o executivo Flávio Godinho, homem de confiança de Eike. Fez-se então um contrato de trabalho de três páginas, "bem simplesinho", segundo Mônica.

"Essa história é engraçada. Esse trabalho existiu, no fim das contas, porque o João fez um trabalho primoroso de pesquisa e contextualização de uma empresa que o Eike queria montar na Venezuela, em Angola, ligada a petróleo e energia", detalhou Mônica.

A empresária disse não ter a "menor noção" de qual tipo de negócio que Eike poderia ter que o interessasse a pagar a dívida de uma campanha de Haddad.

"Na verdade, ele nem sabia que estava pagando a campanha do Haddad, ele estava pagando uma dívida do PT. Eu imagino hoje, lendo tudo que eu leio. Ele estava pagando uma dívida do PT", afirmou a mulher de João Santana.

Defesa

A assessoria do ex-prefeito se manifestou sobre o assunto por meio de nota. "A declaração de Mônica Moura à Polícia Federal provoca estranheza. A Odebrecht teve suas principais ambições na cidade de São Paulo contrariadas pela administração Haddad.

O túnel da avenida Roberto Marinho foi cancelado em março de 2013 e a recompra das CIDEs da Arena Corinthians foi rechaçada pela gestão".

"Segundo o ex-advogado da Odebrechet, Rodrigo Tacla Duran, em depoimento a CPI do Congresso, na condição de testemunha, os pagamentos realizados no Exterior eram relativos a campanhas presidenciais de 2012, em países onde a empreiteira pretendia atuar".

"Haddad reitera que a acusação feita pelo casal Mônica Moura e João Santana é falsa. E reafirma que nunca teve qualquer contato com o empresário Eike Batista e desconhece qualquer projeto de sua iniciativa na cidade".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEleições 2012Fernando HaddadPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais

STF mantém prisão de Daniel Silveira após audiência de custódia