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Marina diz que País não pode seguir o caminho dos extremos

A candidata à Presidência pela Rede participou de uma caminhada na manhã deste domingo, 30, na Avenida Paulista, em São Paulo

Marina Silva: "Não se troca liberdade por segurança", disse a candidata pela Rede (Ueslei Marcelino/Reuters)

Marina Silva: "Não se troca liberdade por segurança", disse a candidata pela Rede (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2018 às 15h13.

São Paulo - Durante uma caminhada na manhã deste domingo, 30, na Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, a candidata da coligação Rede-PV, Marina Silva, manifestou preocupação com o momento político difícil que passa o País, onde candidaturas de direita e de esquerda "flertam" com o autoritarismo. "Vamos usar a liberdade que temos não para votar pelo medo, mas votar para melhorar, unir e pacificar o Brasil. Eu estou pronta para unir o Brasil e pacificar o Brasil. É uma escolha dos brasileiros. O Brasil não pode cair nos extremos", disse Marina.

Acompanhada de seu vice, Eduardo Jorge, a candidata disse que segue lutando para que a população escolha "um caminho justo, de paz e bom para todos". Marina lamentou que os extremos, nessa reta final da campanha, tentam impor sua visão de mundo e apelou para que o Brasil demonstre que não quer projetos autoritários, seja de um campo ou de outro. "As leis e as instituições têm de ser respeitadas e é por isso que estamos aqui, para dizer que não queremos nenhum retrocesso", reforçou.

Marina reiterou o compromisso com a democracia, com o direito à livre manifestação de todos e defendeu uma nova governabilidade, "sem toma lá dá cá, sem autoritarismo". A candidata rechaçou projetos de governo que se aproximam do governo venezuelano e as posições políticas do candidato Jair Bolsonaro (PSL) que, publicamente, já demonstrou seu desrespeito com mulheres, negros índios e homossexuais.

Para Marina, esse é o momento de reafirmar os princípios democráticos. "Não podemos, em hipótese alguma, abrir mão da nossa liberdade. Não se troca liberdade por segurança. Em um país em que se troca liberdade por segurança, é o lugar mais difícil e mais perigoso que existe de se viver", completou.

A candidata foi surpreendida pela homenagem espontânea de um grupo de forró que se apresentava na Avenida Paulista. Marina, que nesta campanha é sempre bem recebida pelo público em todos os lugares por onde passa, ouviu do grupo a canção "Asa Branca". Em seguida, o cantor fez um breve discurso chamando o eleitorado à responsabilidade de votar em Marina. "Se jogar o voto fora, depois não precisa reclamar não", declarou o artista de rua.

Em retribuição, Marina declamou um trecho do cordel de Zé Vicente da Paraíba, "O Autor da Natureza", musicado por Alceu Valença:

"O que chama demais minha atenção

É um touro raivoso na arena

Uma pulga do jeito que é pequena

Desafiar a braveza de um leão

Na picada ele logo se levanta

Pra coçar-se depressa com certeza

Tudo isso mostrando

O quanto é grande e suprema a natureza"

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