A data do evento público no qual será anunciada a saída de Marina Silva do PV deve acontecer na quinta ou sexta-feira (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2012 às 18h40.
Porto Alegre - A ex-senadora Marina Silva (sem partido) não descartou a possibilidade de concorrer novamente à presidência da República em 2014, durante entrevista coletiva em Porto Alegre, nesta segunda-feira. Questionada pelos repórteres se estaria fora do jogo na próxima eleição, ela deixou todas as possibilidades abertas. "Não sei se serei candidata novamente", esquivou-se, para, na sequência, comparar sua situação atual com a de quatro anos atrás. "Se vocês tivessem me perguntado isso em 2008 eu também não saberia porque eu nunca imaginei que pudesse ser candidata à presidência da República". Marina concorreu em 2010 e fez cerca de 20 milhões de votos.
Ao mesmo tempo, a ex-senadora sustenta que o legado daquela votação é maior do que ela e que as pessoas comprometidas com a sustentabilidade podem estar em qualquer partido. "Se em 2014 tiver um excelente nome comprometido com esse legado eu sou a melhor cabo eleitoral; sou melhor para pedir votos para os outros do que para mim".
Na campanha eleitoral deste ano Marina Silva tem percorrido o País para dar apoio a candidatos ligados ou comprometidos com o movimento transpartidário pela sustentabilidade que criou. Nesta segunda-feira a ex-senadora participou de atividades das campanhas de Gisele Uequed (PTN) em Canoas e Adão Villaverde (PT) em Porto Alegre. Na quarta-feira estará apoiando Luiz Eduardo Cheida (PMDB) em Londrina e Rodrigo Loures (PMDB) em São José dos Pinhais.
"As estruturas partidárias que temos não dão conta da complexidade política que vivemos", afirmou Marina. "É por isso que, neste momento, eu priorizo o movimento", justificou, destacando que as ideias de aprofundamento da democracia e da sustentabilidade podem ser apropriadas por todos.
Ao falar sobre o mensalão, Marina repetiu o que vem dizendo nos últimos dias. "Se tem alguém que parece inocente e é culpado, que seja punido; se tem alguém que é inocente e parece culpado, que seja inocentado". Ao mesmo tempo, não viu qualquer relação entre o período de julgamento do caso e as eleições. "Não acredito que a Corte fosse fazer o seu calendário preocupada em criar uma situação", ressaltou.