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Marina aposta em união e em diálogo com outros partidos

Declarações de que ela buscará outras legendas e que há pessoas qualificadas em outros partidos funcionam como sinalização para obter apoio em eventual governo

Marina: ela aproveitou o horário político para dar uma alfinetada nos adversários (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 15h24.

Brasília - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva , aproveitou o programa de rádio e TV nesta terça-feira para reforçar seu discurso de que o país precisa de união e que pretende dialogar com outros partidos.

O discurso cada vez mais forte na campanha serve, por um lado, como um contraponto à polarização entre PT e PSDB, siglas que comandaram o país nos últimos 20 anos.

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Mas as declarações de que ela buscará outras legendas e que há pessoas qualificadas em outros partidos funcionam ainda como uma sinalização para obter apoio para um eventual governo, se eleita.

"É preciso uma mudança na política, na relação com o Congresso (Nacional), e com a sociedade. Nós vamos chamar pessoas honestas e competentes. Vamos dialogar com os partidos", disse Marina no programa eleitoral desta tarde.

Segundo o coordenador-geral adjunto da campanha, Walter Feldman, o argumento - que inclui o reconhecimento de avanços obtidos tanto pela gestão tucana quanto pela petista - estará cada vez mais presente, inclusive no debate da TV Bandeirantes previsto para a noite desta terça.

"Se não tivermos um governo que reforce a unidade das forças, e que não reconheça os avanços na questão social, na questão econômica, o país vai desandar", disse Feldman à Reuters, por telefone.

"É momento de ter uma unidade nacional e esse processo não pode ser conduzido pelo PT nem pelo PSDB. Eles não se aceitam", afirmou, acrescentando, no entanto, que há pessoas nesses e em outros partidos "dispostos a contribuir" para o avanço do país.

Propaganda cinematográfica

Os poucos minutos de programa eleitoral de Marina incluíram ainda, pela primeira vez, declarações do candidato a vice pelo PSB, Beto Albuquerque, que já foi vice-líder da bancada governista na Câmara no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Marina e Albuquerque foram oficialmente lançados como candidatos ao Planalto pelo PSB na quarta-feira da semana passada, após a morte do então candidato do partido, Eduardo Campos, em um acidente aéreo no dia 13 deste mês.

Albuquerque criticou o atual governo, citando o aumento da taxa de inflação, e afirmou que a candidata terá "força e apoio para fazer um ótimo governo e recuperar o crescimento do nosso Brasil".

Marina também aproveitou para dar uma alfinetada nos adversários, dizendo que "os candidatos que têm tempo e dinheiro fazem na TV uma propaganda cinematográfica", "bem diferente" da realidade.

Os programas do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, e da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, tiveram repetições de trechos exibidos na última semana, quando teve início o horário eleitoral obrigatório.

O de Dilma, candidata com maior tempo de TV, teve como foco as realizações dos governos do PT, com depoimentos de cidadãos beneficiados por seus programas, além de declarações de Lula, um dos seus principais cabos eleitorais, reforçando a ideia de que ela é a candidata mais gabaritada para continuar os avanços obtidos.

O programa de Aécio reforçou informações sobre sua biografia e sobre seus mandatos à frente do governo de Minas Gerais, alegando que promoveu um choque de gestão, cortando gastos públicos e estabelecendo metas para os funcionários estaduais, além de cortar o próprio salário.

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