Márcio França, novo governador de SP deve trocar comandante da PM
Em seu lugar assume o coronel Marcelo Vieira Salles, atual chefe do policiamento na zona oeste da capital
Karin Salomão
Publicado em 21 de abril de 2018 às 15h11.
Depois do pedido de demissão do delegado-geral da Polícia Civil no início da semana, chegou a vez da Polícia Militar trocar de comando na nova gestão do governo de São Paulo.
O governador Márcio França (PSB) deve anunciar nos próximos dias a saída do comandante-geral da PM, Nivaldo Restivo, no cargo desde março de 2017. Em seu lugar assume o coronel Marcelo Vieira Salles, atual chefe do policiamento na zona oeste da capital.
A mudança foi antecipada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmado pela Agência Estado com fontes da PM. Oficialmente, a Secretaria da Segurança Pública não confirma a informação.
Salles é considerado de perfil negociador e bem quisto pela tropa. Já comandou a cavalaria da PM e atuou na Casa Militar no Palácio dos Bandeirantes, na última gestão Geraldo Alckmin (PSDB), de quem França era vice.
Segundo fontes da PM, Salles e Restivo são amigos de longa data e a transição no comando da corporação não deve implicar mudanças na ação da PM em São Paulo com o novo governo. De acordo com os relatos, ambos são de confiança do secretário de Segurança, Mágino Alves, que deve ser mantido no cargo por França.
Esta será a segunda mudança na cúpula da Segurança Pública paulista desde a posse do novo governador, no dia 6 deste mês. Na semana passada, o delegado Youssef Abou Chahin pediu demissão do comando da Polícia Civil após sua aposentadoria e com críticas a uma suposta interferência de França na instituição.
Na semana passada, o novo governador admitiu que estudava a mudança da Polícia Civil da pasta da Segurança Pública para a Justiça, demanda antiga dos delegados, que visam com essa medida equiparar seus salários aos vencimentos de promotores e procuradores. A proposta foi criticada por entidades ligadas as áreas de segurança e direitos humanos. Publicamente, França não confirmou se fará mesmo a mudança, mas nos bastidores aliados dizem que ele já desistiu da ideia.