Brasil

Marcha no Rio pede fim da violência contra a mulher

Com muitos balões e faixas nas cores roxa e lilás, que identificam o movimento, a passeata saiu da Igreja da Candelária por volta de 18h30

Dia Internacional da Mulher: "Além da objetificação que colocam historicamente nas mulheres negras, as políticas públicas que podem ser retiradas atingem principalmente a nós" (Pilar Olivares/Reuters)

Dia Internacional da Mulher: "Além da objetificação que colocam historicamente nas mulheres negras, as políticas públicas que podem ser retiradas atingem principalmente a nós" (Pilar Olivares/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de março de 2017 às 21h39.

Homens e mulheres ocuparam no início da noite desta quarta-feira a Avenida Rio Branco, no centro do Rio, na marcha que integrou o movimento mundial do Dia Internacional da Mulher. Intervenções teatrais, batuques e pernas-de-pau animaram a passeata.

Com muitos balões e faixas nas cores roxa e lilás, que identificam o movimento, a passeata saiu da Igreja da Candelária por volta de 18h30, com palavras de ordem como "Legaliza, o corpo é nosso, é nossa escolha, é pela vida das mulheres", "Se liga, seu machista, a América Latina vai ser toda feminista" e "A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer".

Também houve protestos contra a reforma da Previdência e os governos federal e do Rio de Janeiro.

A presidenta estadual da União Brasileira de Mulheres (UBM), Ana Targino, disse que o movimento feminista internacional intensificou-se com a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, após uma campanha marcada por declarações machistas, misóginas e segregacionistas.

Para Ana, no Brasil, há retrocesso em políticas específicas.

"Perdemos o Ministério da Mulher, que virou uma secretaria do Ministério da Justiça." Ana criticou também as proposta de reforma trabalhista e da Previdência, que, segundo ela, atingem diretamente as mulheres.

A advogada Mônica Müller levou a filha Rosa, de 4 meses, para a manifestação, junto com outras amigas mães e seus bebês. Ela diz que todas as mulheres devem participar da luta.

"É muito difícil para a mulher trabalhar e ser mãe, o machismo é muito forte, então é duplamente importante as mães com os bebês representando essa luta. A Rosa é o futuro da humanidade (...). É a primeira manifestação dela, vou trazê-la em muitas outras manifestações. Que esse bebês sejam a consciência para um 8 de março melhor para as mulheres no mundo todo."

Racismo

Integrante do Fórum de Mulheres Negras, Luciene Lacerda defende um movimento diferenciado para as mulheres negras.

"Além da objetificação que colocam historicamente nas mulheres negras, as políticas públicas que podem ser retiradas atingem principalmente a nós."

Luciene informou que, de 6 a 27 deste mês, o fórum promove a campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo, abrangendo o Dia Internacional da Mulher e o Dia Internacional pela Eliminação do Racismo (21 de março).

A data foi instituída pelas Nações Unidas no 21 de março após massacre de Chaperville, na África do Sul, na época do apartheid.

Segundo Luciene, o objetivo é não deixar as discussões sobre o racismo restritas às comemorações do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro.

A marcha passou em frente à Assembleia Legislativa (Alerj) e terminou na Praça 15, que ficou completamente cheia, por volta das 20h30.

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