Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, após encontro com Mantega (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 08h27.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reclamou do déficit do comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner. No ano passado, o País teve um rombo de US$ 7,7 bilhões nas trocas comerciais com os Estados Unidos. O comentário ocorreu em conversa reservada entre os dois em Brasília. Segundo uma fonte presente ao encontro, a preocupação maior de Mantega não é com o saldo negativo, mas com a tendência de fraco crescimento das vendas para os Estados Unidos.
As exportações brasileiras para os EUA cresceram 23,7% em 2010, para US$ 19,3 bilhões. A taxa é bem menor que a alta de 32% nas vendas externas totais do País. Em contrapartida, o Brasil importou US$ 27 bilhões dos americanos, um aumento de 35% em relação a 2009. O Brasil é hoje o país com o qual os Estados Unidos têm seu maior superávit. Geithner, que não cuida diretamente da área comercial, concordou com as preocupações de Mantega e disse que era preciso buscar maneiras de estimular o comércio e o investimento.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, o aumento do comércio também foi o tema escolhido pela presidente Dilma Rousseff como prioridade no diálogo com o governo dos Estados Unidos. O assunto foi abordado na conversa que ela teve com Geithner, que esteve oficialmente no Brasil preparando a visita do presidente Barack Obama, em março.
“É preciso um comércio equilibrado”, disse ela, segundo relato do porta-voz. “Enfatizei que temos uma relação econômica muito forte”, disse Geithner após a audiência. O secretário disse a Dilma que Obama tem “grande expectativa” sobre sua visita ao Brasil. A presidente respondeu que tem confiança na relação entre os dois países, que considera “estratégica”. Também participaram da reunião o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o embaixador americano, Thomas Shannon. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.