Milhares de manifestantes tomaram as quadras da avenida Paulista neste sábado, 24 de julho, para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (Bruno Rocha/Estadão Conteúdo)
Agência O Globo
Publicado em 24 de julho de 2021 às 12h30.
Última atualização em 24 de julho de 2021 às 19h11.
Dezenas de milhares de manifestantes voltaram às ruas neste sábado, 24 de julho, em dezenas de cidades para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para pedir a sua saída do governo e maior agilidade nas campanhas de vacinação. O país se aproxima das 550 mil mortes e da marca de 20 milhões de casos confirmados da doença desde o início do ano passado.
As novas ameaças de não realização das eleições presidenciais em 2022 também estiveram entre os principais alvos dos protestos dos manifestantes. Nas últimas semanas, o presidente Bolsonaro e o ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, deram declarações que colocam em xeque a realização das eleições caso não seja aprovado o voto impresso no ano que vem.
Frases como "Fora, Bolsonaro", gritos como “Vacina no braço” e “Comida no prato” fizeram parte do coro popular nas manifestações que aconteceram em meio a mudanças ministeriais no governo e acusações de corrupção na compra de vacinas.
A previsão dos organizadores era a de que haveria manifestações contra o governo em cerca de 400 cidades. Foi o quarto dia de protestos em todo o país contra o governo: os demais foram em 29 de maio, 19 de junho e no dia 3 de julho.
Entre as reivindicações também estiveram o aumento do valor do auxílio emergencial, que hoje varia de R$ 150 a R$ 375, a dependendo do tamanho da família.
Em São Paulo, maior cidade do país, milhares de manifestantes se reuniram a partir do começo da tarde na avenida Paulista, tradicional palco de atos políticos e em defesa da democracia no país. As duas pistas da avenida foram fechadas pela Polícia Militar a fim de garantir espaço para as pessoas e foram tomadas pelos participantes do ato. Mais tarde, os manifestantes se dirigiram a pé no sentido na Rua da Consolação.
Os manifestantes pediram a saída do presidente Jair Bolsonaro por meio de impeachment, criticaram a condução do governo no combate à pandemia e pediram maior agilidade nas campanhas de vacinação.
No Centro do Rio, entre as reivindicações, manifestantes reclamaram das privatizações de órgãos públicos, cobraram a defesa da Amazônia e o atraso na vacina contra a Covid, que levaram à morte de dezenas de milhares de pessoas.
Segundo as centrais sindicais e os partidos políticos que convocaram o ato na capital fluminense, e que formaram um grupo batizado de Bloco Democrático, foi um “dia de unir o país em defesa da democracia, da vida dos brasileiros e do fora Bolsonaro”.
A concentração do ato teve início por volta das 10h na Avenida Presidente Vargas, em frente ao monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares. De lá, eles seguiram em caminhada rumo à Praça da Candelária.
Segundo o Centro de Operações Rio, a pista central deste trecho esta interditada e com trânsito intenso.
Manifestantes também foram às ruas de Brasília na tarde deste sábado para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. O ato começou com concentração de pessoas e carros de som no início da Esplanada dos Ministérios, em frente à Biblioteca Nacional. Em seguida, os manifestantes caminharam com placas e cartazes em direção ao Congresso Nacional.
Além de "fora, Bolsonaro", com a defesa do processo de impeachment do presidente, manifestantes fizeram críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e à proposta de implementação do voto impresso, bandeira de Bolsonaro.
Em Recife, capital de Pernambuco, o protesto aconteceu no Centro e teve motivação críticas contra o aumento da fome e pressões sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para que dê andamento a processo de impeachment contra Bolsonaro.
Já em Teresina, no Piauí, estudantes, trabalhadores, centrais sindicais e integrantes de partidos políticos e de movimentos sociais protestaram contra o governo federal, pedindo o impeachment de Bolsonaro mais vacinas e aumento do auxílio emergencial.
A concentração começou por volta de 8h na Praça Rio Branco, no Centro da cidade. Em seguida, às 10h, eles saíram em caminhada pelas ruas do Centro, com cartazes e carros de som.
(Com a Redação e Estadão Conteúdo)